Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DA PRESENÇA/CONCENTRAÇÃO DE MERCÚRIO EM PETISCOS PARA CÃES COMERCIALIZADOS EM NITERÓI/RJ
Introdução
Ao longo dos anos, os humanos têm desenvolvido uma relação afetuosa com seus cães, tratando-os como membros da família. Essa mudança aumentou a preocupação com a saúde e a alimentação dos animais, elevando a demanda por alimentos mais saudáveis e nutritivos e impulsionando o mercado de pet food. No entanto, a contaminação por elementos-traço, como o mercúrio, pode comprometer a qualidade desses produtos e causar efeitos adversos nos animais, mesmo em quantidades baixas. Como esses elementos podem estar presentes na matéria-prima utilizada para a elaboração dos alimentos para os pets, é imperiosa a necessidade de seu monitoramento. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a presença e concentração de mercúrio em petiscos para cães comercialmente disponíveis.
Material e Métodos
Foram coletadas aleatoriamente em centros comerciais da cidade de Niterói/RJ amostras de 12 marcas diferentes de petiscos - 7 de petiscos úmidos (carne, frango, salmão, cordeiro), 4 petiscos secos (carne, frango, menta) e 1 petisco funcional (limpeza dentária, sem sabor), totalizando 69 amostras. Essas foram analisadas, em triplicata, no Laboratório de Controle Físico-Químico de Alimentos (LCFQA) da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói/RJ, utilizando o Direct Mercury Analyzer (DMA) 80 (Milestone Srl®). O equipamento foi calibrado antes das análises, validando a precisão dos resultados, com um limite mínimo de detecção de 1,0x10-3 mg e máximo de 1mg/kg. Todas as amostras foram homogeneizadas e registradas unitariamente em concentração total de mercúrio total (HgT) (mg/kg peso seco).
Resultados e Discussão
Entre os resultados obtidos, observou-se que todas as amostras apresentaram valores abaixo do Limite Máximo Tolerado (LMT) para mercúrio, conforme indicado pelo Center for Veterinary Medicine da FDA (2011), que é de 2,7x10-1 mg/kg de matéria seca. As amostras apresentaram uma média de 1,8x10-3±2,0x10-4 mg/kg, não representando risco à saúde dos cães. Também não houve diferença significativa (p<0.05) entre alimentos úmidos e secos, e nem em relação ao sabor dos petiscos.
Conclusão
Conclui-se que as amostras apresentaram nível seguro de contaminação pelo mercúrio, entretanto, apesar de resultados animadores, o monitoramento constante na indústria de pet food é crucial. Adicionalmente, a avaliação de outros elementos-traço como arsênio, chumbo e cádmio deve ser conduzida.
Área
Toxicologia e microbiologia de alimentos
Instituições
Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Camila Bittencourt Fernandes da Silva, Marina Teixeira de Vries Mársico, Ana Gabriela Barbosa Ramos, Fábio José Targino Moreira da Silva Júnior, Eliane Teixeira Mársico, Erick Almeida Esmerino