Dados do Trabalho


Título

COLOSTRO BOVINO: IMPORTÂNCIA DO PROCESSAMENTO FRENTE A MICRORGANISMOS MULTIRESISTENTES

Introdução

No contexto da pecuária leiteira, o excesso de volume de colostro bovino (CB) é uma ocorrência frequente. Apesar dos benefícios bem estabelecidos e seu uso bem-sucedido em vários países, no Brasil o seu uso para consumo humano não era permitido até 2017. Antes dessa mudança regulatória, o CB era descartado em fazendas leiteiras no Brasil ou era armazenado para consumo animal por congelamento ou na forma de silagem. Estudos confirmam que a liberação de produtos a partir do colostro bovino traz benefícios a saúde humana, pois apresenta qualidade superior ao leite, mas também trouxe desafios relacionados à saúde pública da população quanto a regulamentação do seu processamento e padrões de qualidade. O objetivo deste trabalho foi verificar o perfil de suscetibilidade de duas espécies bacterianas, isoladas de colostro bovino, frente a antibacterianos comerciais.

Material e Métodos

As espécies de bactérias, previamente isoladas de colostro bovino e estocadas no Laboratório de Microbiologia e Bioprospecção (IB-UFPel), selecionadas para o estudo foram Escherichia spp. (n=3) e Staphylococcus spp. (n=3). As duas bactérias foram reativadas em meio BHI caldo e, posteriormente, semeadas por esgotamento em ágar para serem testadas frente a diferentes antibióticos pela técnica de Difusão em Disco (Kirby & Bauer). Os antibióticos foram escolhidos e os discos dispostos no ágar MH de acordo com os gêneros bacterianos. Para o gênero Escherichia spp. foram utilizados os antibióticos: LEV, MFX, CIP, SUT, AMP, CRX, CRO, CPM, CTX, CAZ, IPM, MER, ETP, AMC, PIT, POL, AMI, EST, GEN, AZI e CLO. Para Staphuylococcus foram utilizados: LEV, MFX, CIP, SUT, PEN, AMI, GEN, ERI, LNZ, CLI, RIF, CFO, MER, ERT, CLO e AZI.

Resultados e Discussão

Observou-se resistência a pelo menos três classes de antibióticos nas duas espécies: Escherichia spp. (n=1; 33.3%), Staphylococcus aureus sub aureus (n=1; 33.3%) e Staphylococcus aureus (n=2; 66.7%). Os resultados mostraram que colostro bovino cru, não processado, não está livre de bactérias patogênicas e estas podem apresentar multirresistência, apresentando risco para o consumo humano.

Conclusão

Portanto, é imperativo a necessidade de uma normativa para processamento adequado do produto. O processamento deve inibir a colonização de microrganismos, assim como evitar a disseminação de resistência na microbiota humana.

Área

Toxicologia e microbiologia de alimentos

Instituições

UFPel - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Marisa Castro JARA, Camila dos Santos CARDOZO, Rosana Basso KRAUS, Pedro Rassier dos SANTOS, Giniani Carla DORS, Patrícia da Silva NASCENTE