Dados do Trabalho


Título

EXTRAÇÃO E PURIFICAÇÃO DA VIOLACEÍNA PRODUZIDA POR Janthinobacterium sp. EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE PROPORÇÃO ETANOL:ÁGUA E DE BIOMASSA:SOLVENTE

Introdução

Nos últimos anos a busca por novos biopigmentos microbianos têm sido
impulsionada pela crescente demanda de colorantes naturais, mais seguros e
ambientalmente amigáveis. Especialmente, há um grande interesse por compostos
azulados, visto que eles são considerados raros na natureza. Neste contexto, este trabalho investigou as etapas de extração e isolamento da violaceína, um metabólito secundário azul-púrpura produzido paralelamente ao subproduto deoxiviolaceína.

Material e Métodos

Foram avaliadas a extração sólido (biomassa bacteriana úmida)-líquido (soluções hidroalcóolicas) empregando-se ferramentas de Planejamento Experimental para determinar a influência de diferentes concentrações de etanol (54,5 a 99,5% - %EtOH) e diferentes razões biomassa/solvente (1,72 a 58,28 g/L – B:S) na recuperação total (mg/L), no rendimento de recuperação (mg/g biomassa úmida) e na seletividade de extração (% violaceína) de ambos os biopigmentos, seguindo-se com a determinação do efeito de extrações sequenciais nas respostas avaliadas. Por fim, objetivou-se a purificação da violaceína e da deoxiviolaceína utilizando-se HPLC semi-preparativo.

Resultados e Discussão

Os ensaios indicaram que maiores %EtOH e maiores B:S favoreceram a recuperação total dos biopigmentos e, em contrapartida, menores B:S e %EtOH entre 50-75% e 65-90% favoreceram o rendimento de recuperação e a seletividade de extração, respectivamente. Desta forma, considerou-se como solvente ideal de extração a solução de etanol 70%, enquanto que B:S de 30 g/L e 55 g/L foram consideradas ideais para a obtenção de maiores rendimentos de recuperação e maiores teores de recuperação total, respectivamente. Quanto à extração sequencial, verificou-se que o rendimento final de biopigmentos (violaceína + deoxiviolaceína) foi em média de 3,10 mg/g biomassa úmida, sendo 89,96% e 69,75% desse valor recuperado logo na primeira extração ao utilizar 30 e 55 g/L de biomassa úmida, respectivamente. Ademais, o conteúdo total de pigmento é composto por 93,39% de violaceína e 6,61% de deoxiviolaceína. Metodologias capazes de isolar a violaceína (100%) e a deoxiviolaceína (96,22%) por HPLC semi-preparativo empregando-se somente etanol e água como eluentes foram desenvolvidas, resultando em purezas dos extratos isolados similar ou superior (>99,55%) ao padrão comercial da violaceína (98,28%).

Conclusão

Desta forma, este projeto apresentou novas abordagens a jusante do processamento downstream para a violaceína, um biocolorante com alto potencial de uso farmacológico e industrial.

Área

Processos biotecnológicos para produção de alimentos e bioinsumos

Autores

Simone Aparecida de Lima SCARAMUSSA, Caroline Kie ISHIMOTO, Éder de Vilhena ARAÚJO, Taícia Pacheco FILL, Juliano Lemos BICAS