Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE AROMAS NA INGESTÃO ALIMENTAR EM MODELO ANIMAL

Introdução

A busca por alternativas eficazes para o controle do apetite e da saciedade é um tema de crescente interesse na área da saúde e nutrição, especialmente devido aos desafios associados à prevalência do ganho de peso e da obesidade, que figuram como o sexto fator de risco de morte global. Diversos estudos têm documentado a influência dos atributos sensoriais na resposta do organismo humano aos alimentos, demonstrando efeitos não apenas na fase da pré-ingestão, mas também nos processos fisiológicos da pós-ingestão e pós-absorção, que conformam a Cascata da Saciedade. Neste contexto, observou-se que persiste ainda um importante campo a explorar em relação ao impacto dos aromas na saciedade, pois as pesquisas existentes geralmente envolvem fatores multimodais (gosto, aroma e textura, em conjunto) e se baseiam em avaliações sensoriais subjetivas e resultados inconsistentes. Assim, este estudo teve como objetivo investigar o impacto da administração de aromas na modulação da saciedade em modelo animal por meio da avaliação do ganho de peso e consumo de dieta após administração de doses conhecidas de R-(+)-limoneno, vanilina e aroma natural de picanha, empregando óleo de soja como controle e água purificada como veículo.

Material e Métodos

Ratos Wistar (n=48) com 10 semanas de idade, foram aleatoriamente separados em quatro grupos, sendo um controle e um grupo para cada um dos aromas. Após os tratamentos, os animais foram separados em gaiolas individuais com alimento e água ad libitum. A presença de indícios de saciedade foi determinada considerando a quantidade de ração ingerida e o ganho de peso de cada grupo, após 6h e 48h da gavagem, respetivamente.

Resultados e Discussão

Os resultados obtidos não mostraram diferença estatística significativa (p-valor > 0,05), porém foram observados diferentes efeitos com cada aroma, tanto no consumo de alimento como no ganho de peso, destacando-se o potencial do R-(+)-Limoneno que apresentou uma redução no consumo, equivalente ao 7,28% diante o grupo controle, e um ganho de peso 30% menor.

Conclusão

Concluímos que estes resultados sugerem possíveis efeitos dos aromas na modulação da saciedade, que foram muito sutis no presente trabalho, mas que podem se tornar evidentes em estudos mais longos ou com análises de biomarcadores.