Dados do Trabalho


Título

QUEIJO COALHO COMO FONTE DE CONTAMINAÇÃO POR Listeria spp

Introdução

A produção de queijo coalho possui grande difusão e tradição no Nordeste brasileiro. Os padrões higiênico-sanitários estabelecidos para o processo de fabricação muitas vezes não são aplicados, levando consequentemente à contaminação do alimento e ao risco à saúde pública. A produção desse tipo de queijo é um importante indicador social e econômico, pois a atividade está concentrada principalmente em pequenas e médias queijarias e movimenta milhões de reais na região Nordeste. O objetivo desta pesquisa foi isolar e caracterizar Listeria spp em queijo coalho comercializado em Sergipe.

Material e Métodos

Foram coletadas 37 amostras de queijo coalho em 7 municípios do estado de Sergipe em diversos pontos de comercialização, como feiras livres, padarias e mercearias. As amostras foram analisadas no Laboratório de Microbiologia Veterinária da Universidade Federal de Sergipe em São Cristóvão. Para a pesquisa de Listeria foi utilizada a técnica descrita por Hitchins (1992) com modificações. Os isolados suspeitos foram caracterizados molecularmente no Laboratório de Zoonoses da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro.

Resultados e Discussão

Das 37 amostras de queijo coalho analisadas, 2 (5,4%) foram positivas para Listeria, sendo os isolados identificados como L. innocua. Esses resultados são semelhantes aos encontrados em outra pesquisa em Manaus/AM, que encontrarou L. innocua em duas de 58 amostras de queijo coalho, e outra pesquisa no Piaui, identificou 3,3% de amostras de queijo coalho positivas para L. innocua. Em outras pesquisas realizadas em Alagoas, Pernambuco e no Rio Grande do Norte, foi encontrado em queijo coalho a presença de L. innocua e L. monocytogenes concomitantemente. Nesta pesquisa, não foi encontrada L. monocytogenes. Sua presença no alimento não está descartada, uma vez que as espécies de Listeria não patogênicas crescem mais rapidamente em meios de cultura que espécies patogênicas, fato confirmado por várias pesquisas.

Conclusão

Detectou-se a presença de L. innocua em 5,4% das amostras analisadas. A presença de Listeria em queijos não é tolerada pela legislação vigente. É papel da vigilância sanitária monitorar e analisar a qualidade de produtos e serviços, identificar riscos e consequências potenciais, fraudes ou falhas técnicas, e promover a adesão às normativas vigentes em toda a cadeia de produção de alimentos de origem animal.

Área

Toxicologia e microbiologia de alimentos

Autores

GABRIEL ISAIAS LEE TUNON, EMYLLAINNE DANTAS dos SANTOS, GABRIELA VASCONCELOS LIMA SANTOS