Dados do Trabalho
Título
PROPRIEDADES FÍSICAS DE ÓLEOS DE CASTANHA DO BRASIL OBTIDOS POR DIFERENTES MÉTODOS DE EXTRAÇÃO
Introdução
O consumo de óleo de castanha do Brasil (Bertholletia excelsa H. B. K.) pode beneficiar a saúde humana devido à sua composição em ácidos graxos. A prensagem mecânica das castanhas possibilita a obtenção do óleo e da torta de prensagem, a qual possui alto teor de lipídios remanescentes. Para potencializar a cadeia produtiva, a torta pode ser utilizada para recuperar lipídios residuais, processo que geralmente envolve solventes. O presente estudo avaliou as propriedades físicas do óleo obtido por prensagem da castanha do Brasil (OP) e do óleo da torta extraído a frio com hexano (OH).
Material e Métodos
A torta de prensagem e o OP foram cedidos pela Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Juruena,MT). A torta foi submetida à extração sólido-líquido utilizando hexano (Hx) como solvente, relação mássica entre torta: solvente de 1:5, extração em correntes cruzadas em 5 estágios (60 min), 25 °C e 180 rpm. OP e OH foram caracterizados em termos de densidade, viscosidade dinâmica e tensão superficial em diferentes temperaturas (20,0 a 70,0 ± 0,1 °C). Modelos matemáticos foram utilizados para descrever as propriedades físicas dos óleos, com ajuste linear para densidade e tensão superficial e ajuste exponencial para viscosidade.
Resultados e Discussão
O aumento da temperatura resultou em diminuição linear da densidade, variando de 915,6 – 882,3 kg·m-3, e tensão superficial (28,9 ± 0,2 e 28,4 ± 0,1 mN·m-1, respectivamente, a 20 °C e 25,9 ± 0,2 e 25,66 ± 0,01 mN·m-1, respectivamente, a 70 °C). A viscosidade apresentou uma diminuição exponencial com o aumento da temperatura, variando de 73,89 ± 0,01 a 13,32 ± 0,01 mPa·s para OP e de 74,79 ± 0,02 a 13,42 ± 0,01 mPa·s para OH. De forma geral, os desvios relativos entre os dados experimentais e calculados variaram entre 0,0002 e 2 %, indicando que as equações lineares e exponenciais podem ser utilizadas para descrição das propriedades físicas avaliadas. Além disso, observa-se que o uso da extração a frio com Hx não afetou as propriedades físicas do OH quando comparado ao OP.
Conclusão
Estes resultados indicam a possibilidade de valorização do óleo remanescente da torta de castanha do Brasil.
Área
Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos
Instituições
Universidade de São Paulo, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos - São Paulo - Brasil
Autores
Paloma Jamily Cristina Magalhães, Paola de Cássia Franco Visioli, Gabriela Casagrande Frollini, Camila Rocha Bertin, Christianne Elisabete da Costa Rodrigues