Dados do Trabalho


Título

AFLATOXINA M1 NA URINA PARA CARACTERIZAÇÃO DE RISCO À SAÚDE DEVIDO A EXPOSIÇÃO ALIMENTAR

Introdução

As aflatoxinas (AFs) são micotoxinas relevantes na contaminação de diversos alimentos, especialmente ao nível de matérias primas oriundas de países com clima tropical úmido, com alto potencial cancerígeno em humanos. O presente estudo teve como enfoque avaliar a exposição de AFs e o risco associado, em residentes brasileiros fixados em Londrina, região metropolitana considerada subtropical.

Material e Métodos

Questionários foram aplicados em 80 participantes, para mapear o consumo de alimentos propícios à contaminação por AFs, compilar dados sociodemográficos e nível de informação ao tema abordado. Além disso, os voluntários forneceram amostras de urina para quantificação de AFM1, de sangue para análise de parâmetros bioquímicos e responderam ao recordatório alimentar (R24h). O nível do biomarcador urinário AFM1 em urina foi quantificado por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada ao detector de fluorescência (HPLC-FL).

Resultados e Discussão

Das 80 amostras, 26 foram positivas para AFM1 (32%) e apresentaram nível de 0,09 – 0,88 ng/mg de creatinina (média, 0,2 ng/mg de creatinina). Os dados foram correlacionados e maior probabilidade de ocorrência de AFM1 na urina (p<0,05), foi detectada em indivíduos que ingeriram milho, amendoim e produtos derivados nas 24h antecedentes a coleta. Maior ocorrência de AFM1 nos residentes também foram relacionados principalmente ao consumo regularmente mais elevado de iogurte, milho e derivados pela população (p<0,05). A maioria dos entrevistados (93,8%) desconhecia sobre os efeitos nocivos das AFs à saúde. Associações significativas foram observadas entre refeições fora de casa e AFM1 urinário entre os entrevistados (p<0,05). Os dados apontaram alterações significativas na média dos resultados de aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT) e globulinas dos participantes que apresentaram AFM1 positivo (p<0,05), biomarcadores considerados indicadores de danos hepáticos e renais. Os valores médios de ingestão diária provável (IDP) variaram de 0.004 ± 0.004 ug/kg de peso corporal/dia e os valores da margem de exposição (MoE) foram inferiores a 10.000.

Conclusão

Os resultados indicam potenciais riscos à saúde da população em estudo pela exposição às AFs.

Área

Toxicologia e microbiologia de alimentos

Autores

Estéfany Santos Redondo, André Luiz Buzzo Mori, Elisa Yoko Hirooka