Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DE EXTRATO DE CAROTENOIDES DE Chlorella sorokiniana COMERCIAL OBTIDOS COM LÍQUIDOS IÔNICOS E ACETONA

Introdução

A Chlorella sorokiniana é uma microalga com alto teor de carotenoides, pigmentos com ação antioxidante. Nesse sentido, os líquidos iônicos (LIs) vêm sendo estudados para substituir total ou parcialmente os solventes convencionais na extração de carotenoides. Considerando as vantagens da utilização dos LIs, torna-se imperativo avaliar a toxicidade dos extratos obtidos, uma vez que esses estudos são escassos na literatura. O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade de extratos de carotenoides de C. sorokiniana comercial obtidos com Cloreto de 1-hexil-3-metilimidazólio ([HMIM][Cl]) como solvente e etanol como co-solvente, comparando-os aos extratos obtidos com acetona em células imortalizadas do hipocampo de camundongos (HT22) (frequentemente utilizadas para avaliação de efeitos decorrentes de danos oxidativos).

Material e Métodos

Os extratos foram obtidos com razão sólido-líquido de 1:20 (m/v), razão [HMIM][Cl]/etanol (1:3 m/m), e acetona como solvente controle. A homogeneização foi realizada em ultrassom de sonda (550W, 20 kHz, 80% de amplitude) durante 7,5 minutos por 2 repetições, seguida de centrifugação (10 minutos, 4000 rpm a 16 ºC). Os extratos passaram por etapa de remoção do solvente de extração, saponificados com hidróxido de potássio metanólico 20% (1:1 v/v) (16 horas, 100 rpm a 25 ºC), lavados e secos. Os carotenoides foram quantificados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detector de Arranjo de Diodos em coluna C30. Os extratos obtidos com [HMIM][Cl] e acetona foram avaliados em concentrações de 0,04; 0,12; 0,40; 1,20, 4,00, 12,0 e 40,0 μg/ml em ensaio de viabilidade celular de redução do brometo de 3-(4, 5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT) e de morte celular (incorporação do iodeto de propídeo). Os
dados (n=3) foram analisados por Anova e teste de Tukey.

Resultados e Discussão

As maiores concentrações de ambos os extratos (12,0 e 40,0 μg/ml) provocaram uma diminuição na viabilidade celular (p < 0,05), no entanto, não foram observadas morte celular em nenhuma das concentrações testadas (p > 0,05).

Conclusão

Assim, concentrações de ambos os extratos iguais ou inferiores a 4,0 μg/mL foram considerados seguras para células HT22. Essa investigação pode contribuir para o desenvolvimento de regulamentações estruturadas sobre a utilização desses solventes inovadores na extração de compostos bioativos, com potencial para aplicação como corantes e antioxidantes naturais em alimentos.

Área

Toxicologia e microbiologia de alimentos

Instituições

Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Carlen Bettim Bianchini, Flávia Barbosa Schappo, Caroline Ramos-Souza , Marcelo Farina, Veridiana Vera De Rosso, Itaciara Larroza Nunes