Dados do Trabalho

Título

APLICAÇÃO DE DNA BARCODING NA IDENTIFICAÇÃO DE FRAUDE EM PESCADO EM ENSAIOS COMERCIAIS

Introdução

A adulteração de espécies de pescado é um problema econômico e de saúde pública. O uso de DNA barcoding na identificação desse tipo de fraude é bem descrito, e muitos marcadores e primers distintos são citados na literatura, mas carecem de validação para aplicação em laboratórios de prestação de serviços. O objetivo deste trabalho, foi validar o uso de DNA barcodes na identificação de espécies de vertebrados em amostras comerciais de pescados.

Material e Métodos

Foram selecionados dois pares de primers universais, um degenerado e outro não, para amplificação de um fragmento do gene mitocondrial que codifica a subunidade I da enzima citocromo c oxidase (COI). No laboratório do Instituto SENAI de Alimentos e Bebidas de Chapecó SC, os primers foram analisados in silico utilizando a ferramenta Primer-BLAST, para verificar sua especificidade a espécies de peixes. Duas amostras de pescados comerciais passaram pela extração de DNA, amplificação por PCR com cada par de primers, purificação dos amplicons e sequenciamento pelo método de Sanger. As sequências obtidas foram tratadas com ferramentas de bioinformática e submetidas ao banco de dados BOLD Systems para identificação das espécies.

Resultados e Discussão

Ambos pares de primers anelam com diversas sequências de espécies de peixes e amplificaram adequadamente as amostras testadas. Optou-se pela utilização do primer não degenerado devido sua maior eficiência de amplificação. Isso pode ser explicado pela maior especificidade conferida por um primer não degenerado. Apesar de um primer degenerado permitir a detecção de maior número de espécies, isso também pode ser um problema durante a reação de PCR, pois as ligações entre primer e DNA template são mais fracas, afetando a eficiência, além de facilitar a amplificação de produtos inespecíficos. Ambas amostras foram identificadas como Oreochromis niloticus (tilápia) com 100% de similaridade, encontrando-se de acordo com a espécie declarada no rótulo do produto.

Conclusão

A análise que combinou validação in silico e in vitro demonstrou-se eficiente na escolha do DNA barcode com melhor aplicabilidade em ensaios rotineiros, permitindo a identificação eficiente de fraudes em pescados.