Dados do Trabalho


Título

Composição química e potencial antioxidante de biomassas residuais de Castanha-do-pará e Cupuaçu

Introdução

Biomassas residuais amazônicas estão sendo, cada vez mais, o foco para reuso como substrato lignocelulósico em bioprocessos, no intuito de se obter biomoléculas ativas de interesse para as indústrias alimentícias e farmacêuticas.

Material e Métodos

Neste sentido, tortas oriundas da extração do óleo das amêndoas de cupuaçu (TCP) e castanha-do-pará (TCT) foram adquiridos junto a uma empresa de Belém-PA, para caracterização química e fenólica. A quantificação dos componentes lignocelulósicos baseou-se no método de Van Soest (1991), com adaptações. Ademais, os teores de umidade, lipídios, proteínas, polifenóis totais (Folin-Ciocalteu) e atividade antioxidante (DPPH) foram determinados.

Resultados e Discussão

Os teores de umidade foram 8,57 ± 0,08 g/100g para a torta de castanha-do-Pará e 8,10 ± 0,03 g/100g para torta de cupuaçu. Em base seca, a TCP apresentou 19,59 ± 0,15 g lipídeos/100g e 10,88 ± 0,18 g proteínas/100g. A TCT apresentou 15,49 ± 0,11 g lipídeos/100g e 6,76 ± 0,62 g proteínas/100g. Os polifenóis totais na torta de cupuaçu foram 1952,05 ± 0,053 mg equivalente catequina/100g, e na torta de castanha-do-Pará, 791,91 ± 0,008 mg equivalente catequina/100g. A atividade antioxidante foi 3242,06 ± 32,42 µmol Trolox/100g para TCP e 388,39 ± 27,54 µmol Trolox/100g para TCT. Além disso, as biomassas mostraram percentuais significativos de resíduos lignocelulósicos. Em base seca desengordurada, a TCT contém 21,23 ± 1,51% de celulose, 16,73 ± 0,53% de hemicelulose e 9,79 ± 1,12% de lignina. A TCP possui 21,09 ± 1,07% de celulose, 22,15 ± 0,81% de hemicelulose e 15,14 ± 0,73% de lignina. Comparando com a palha de cana-de-açúcar, que possui 33,11 ± 0,37% de celulose, 26,25 ± 0,33% de hemicelulose e 18,21 ± 0,21% de lignina, as biomassas amazônicas mostram uma diversidade significativa em seus perfis de componentes.

Conclusão

As tortas de cupuaçu e castanha-do-pará com bons teores de componentes lignocelulósicos podem ser utilizadas como substratos para biotransformação, além disso possibilitam a extração de compostos fenólicos, proteínas e lipídeos, ampliando suas aplicações. O reuso dessas biomassas promove a sustentabilidade e a bioeconomia da Amazônia, através da economia circular.

Área

Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos

Autores

Luciana Pereira Damasceno, Brunna Fernanda Zahlouth Ferreira, Cecylia Carolina Santos da Silva Souza, Giovanna do Carmo Oliveira, Jamilly Teixeira Leite, Patrícia Oliveira Santos, Fagner Sousa de Aguiar