Dados do Trabalho

Título

DESCELULARIZAÇÃO VEGETAL PARA OBTENÇÃO DE SCAFFOLDS COM APLICAÇÕES EM CARNE CULTIVADA

Introdução

A carne cultivada é uma alternativa ao processamento tradicional da carne animal, produzida por meio de tecnologia de cultura de células, eliminando a necessidade de pecuária e abate. Nesse processo, células são multiplicadas, diferenciadas e maturadas para formar tecido muscular esquelético. Para que esse tecido se assemelhe ao músculo natural, as células são cultivadas em scaffolds que imitam as funções da matriz extracelular. Um dos métodos para criar essas estruturas é a descelularização, que pode ser realizada por meio de técnicas físicas, químicas e/ou enzimáticas. Estruturas descelularizadas derivadas de plantas ou fungos fornecem matrizes tridimensionais naturais, essenciais para o transporte de oxigênio e nutrientes necessários ao crescimento celular.

Material e Métodos

Embora a descelularização seja amplamente estudada em outros contextos, sua aplicação específica na produção de scaffolds para carne cultivada ainda é pouco explorada. Este trabalho visa realizar uma revisão integrativa e holística sobre o uso de descelularização de plantas e vegetais para a fabricação de scaffolds destinados à carne cultivada. As buscas foram realizadas nas bases de dados Periódicos Capes, e os estudos selecionados foram analisados quanto aos métodos e materiais utilizados

Resultados e Discussão

No contexto dos métodos físicos, as técnicas mais comuns incluem congelamento e descongelamento, onde a formação de cristais de gelo intracelulares leva à ruptura das membranas e lise celular. No entanto, essa técnica física sozinha não é suficiente, sendo mais eficaz quando combinada com tratamentos enzimáticos e químicos. Apenas um estudo revisado utilizou essa combinação. A descelularização química, utilizada por 60% dos estudos, envolve o uso de detergentes, soluções ácidas/alcalinas e agentes quelantes, que aumentam a área superficial para atividade celular e contribuem para a porosidade do scaffold. Todos os estudos analisados empregaram SDS, combinado com outros detergentes ou solventes orgânicos. A descelularização enzimática, que inclui enzimas como tripsina e pepsina, oferece vantagens como a redução de resíduos celulares, mas a remoção completa das enzimas após o processo é complexa. As matérias-primas descelularizadas incluem frutas como maracujá, banana e maçã, além de vegetais como brócolis e manjericão.

Conclusão

Essas estruturas vegetais podem suportar a fixação e sobrevivência celular, destacando-se como uma alternativa sustentável e promissora na fabricação de scaffolds.