Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO TÉRMICO DE CERAS NATURAIS E SINTÉTICAS

Introdução

Ceras são materiais de natureza lipídica, que podem ter origem vegetal, animal ou fóssil. Possuem grande importância na formulação de cosméticos, mas também têm demonstrado grande potencial para aplicação em alimentos, pois são alguns dos agentes estruturantes de melhor desempenho para a formulação de organogéis, que são alternativas às gorduras tradicionais, porém com baixos teores de ácidos graxos saturados e zero trans. A determinação do comportamento térmico de ceras é essencial para avaliar sua estabilidade térmica e energia requerida para transição de fases. Assim, este trabalho teve o objetivo de caracterizar o comportamento térmico de fusão de 7 ceras comerciais: cera de abelha (ABE), arroz (ARR), candelila (CAN), carnaúba (CAR), girassol (GIR), sintética substituta de candelila (SSCAN) e sintética substituta de carnaúba (SSCAR).

Material e Métodos

As análises foram realizadas em um Calorímetro de Varredura Diferencial, utilizando uma faixa de temperatura de -10 °C a 100 °C, com uma taxa de aquecimento de 10 °C/min. Foram obtidos os parâmetros de temperatura inicial (Ti) e final de fusão (Tf), temperatura de pico (Tp) e entalpia de transição de fases (ΔH).

Resultados e Discussão

ABE foi a que apresentou transição de fases nas menores temperaturas, sendo Ti = 27,79 °C e Tf = 74,18 °C, enquanto ARR apresentou as maiores Ti e Tf (62,65 °C e 94,28 °C, respectivamente). Os dados obtidos demonstraram que ARR é a mais estável termicamente, devido às temperaturas mais altas necessárias para a fusão. Para a entalpia de transição de fases, CAN obteve o menor valor de ΔH (152,0 J/g), em contrapartida, GIR obteve a maior ΔH (209,8 J/g), indicando que essa cera requer mais energia para a transição de fases. Para SSCAR, os valores obtidos de Tp e Tf (84,28 e 92,91°C) foram semelhantes aos de CAR (84,36 e 92,86 °C), porém a Ti (40,06°C) foi significativamente menor em comparação à cera natural (57,46 °C), indicando uma menor estabilidade térmica da SSCR. Um comportamento semelhante também foi observado entre SSCAN e CAN.

Conclusão

Dessa forma, foi possível caracterizar o comportamento térmico das diferentes ceras, diferenciá-las em termos de parâmetros térmicos na fusão e direcionar aplicações em alimentos.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Instituições

Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Jonatas de Santana Barbosa, Ana Paula Badan Ribeiro