Dados do Trabalho


Título

NECESSIDADES ALIMENTARES ESPECIAIS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASSISTIDOS EM UMA PREFEITURA MUNICIPAL DO SUDESTE DO BRASIL: ESTUDO DE COORTE

Introdução

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição referencia as necessidades alimentares especiais como restritivas ou suplementares, de indivíduos portadores de alteração metabólica ou fisiológica que causam mudanças, temporárias ou permanentes, relacionadas à utilização biológica de nutrientes. De modo específico, a Resolução nº 06/2020 do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação orienta a adaptação que dos cardápios frente aos estudantes com necessidades alimentares especiais. O objetivo deste trabalho foi descrever o número de laudos clínicos de necessidades alimentares especiais recebidos pelo Serviço de Nutrição da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte para adaptação do cardápio escolar, considerando diferentes períodos relacionados a Pandemia Covid-19.

Material e Métodos

Trata-se de estudo de coorte realizado entre 2010 e maio de 2024. Os laudos sobre a necessidade alimentar especial foram coletados nas Creches, Escolas e Programa de Atendimento Educacional Integrado. Considerou-se como desfechos as necessidades alimentares especiais, subdivididas em: total, seletividade alimentar, alergias alimentares diversas como a abacaxi ou carne suína, alergia à ovo, alergia a proteína do leite de vaca, diabetes mellitus, doença celíaca, fenilcetonúria e intolerância à lactose. Como variável explicativa considerou-se o período do laudo clínico: período pré-pandêmico (antes 2020), período pandêmico (2020 a maio/2023), período pós pandêmico (junho/2023 a junho/2024). A análise estatística foi realizada utilizando o software R. As variáveis categóricas foram apresentadas por meio de distribuição de frequência absoluta.

Resultados e Discussão

Ao total, dos 155.225 escolares assistidos pela alimentação escolar municipal 1.584 laudos foram cadastrados (1,02%). A intolerância à lactose foi a necessidade alimentar especial mais frequente do período avaliado (48,0%), seguida por alergias alimentares diversas como a abacaxi ou carne suína (15,2%), alergia à proteína do leite de vaca (15,0%), seletividade alimentar (6,9%), diabetes mellitus (6,5%), alergia à proteína do ovo (5,0%), doença celíaca (2,8%) e fenilcetonúria (0,3%). Dos laudos cadastrados, 66,3%(n=1.050) foram cadastrados durante o período da pandemia em detrimento a 2,0%(n=33) em período pré-pandêmico e 31,6%(n=501) em período pós-pandêmico.

Conclusão

A crescente identificação de laudos durante e após a pandemia destaca a importância da manutenção de um sistema de monitoramento eficaz para registrar e acompanhar essas condições e garantir a segurança alimentar e nutricional dos escolares.

Área

Ciências Sensoriais e perfil do Consumidor

Autores

Nathalia Sernizon Guimarães, Rita de Cássia Ribeiro, Bruna Vieira de Lima Costa, Rosana Maria Calazans, Fernanda Cristina Tanaka, Giovana Ridolfi Aburachid, Juliana Lamounier Elias, Simone Cardoso Lisboa Pereira