Dados do Trabalho


Título

DIRETRIZES QUALITATIVAS PARA O PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS DE EQUIPAMENTOS SOCIOASSISTENCIAIS

Introdução

Uma das ações da Política Nacional de Assistência Social é o acolhimento institucional integral de indivíduos e famílias em vulnerabilidade social. Contudo, não há uma normativa oficial, nas esferas federal, estadual e municipal, para a oferta de refeições a este público em Unidades Socioassistenciais e de Cidadania (USC). O objetivo deste estudo foi desenvolver diretrizes alimentares e nutricionais para o planejamento de cardápios ofertados nas USC com o propósito de subsidiar ações em alimentação e nutrição.

Material e Métodos

A metodologia envolveu a análise crítica de documentos oficiais sobre a assistência social e a promoção da alimentação adequada e saudável no Brasil. As discussões foram realizadas em parceria intersetorial, entre o Grupo de Pesquisa GEASAN da Universidade Federal de Minas Gerais e os nutricionistas das USC. O eixo qualitativo se sustenta na perspectiva da alimentação como um direito humano básico, que implica em acesso regular e permanente à alimentação, pautada nas práticas de produção sustentáveis e na classificação NOVA dos alimentos.

Resultados e Discussão

Como resultado, as diretrizes qualitativas estabelecidas paras as USC sugerem que os cardápios das USC sejam compostos prioritariamente por preparações culinárias elaboradas a partir de alimentos in natura ou minimamente processados, incluindo frutas inteiras em pelo menos duas das refeições diárias e quatro porções de hortaliças/tubérculos diariamente. Estes alimentos devem ser preparados de diversas formas, como vegetais crus em saladas, cozidos ou refogados em pratos principais e/ou guarnições. As carnes devem ser preparadas diversificando os métodos de cocção, preferindo-se carnes assadas, cozidas e grelhadas. O uso de óleos, sal e açúcar deve ser limitado no tempero, cozimento e preparação dos alimentos. Quanto à sustentabilidade, deve-se priorizar o uso de alimentos provenientes da agricultura familiar, com quantidades mínimas de contaminantes físicos, químicos e biológicos. O uso integral dos ingredientes culinários como cascas, talos e sementes, foi incentivado.

Conclusão

A elaboração dessas diretrizes oficializa a responsabilidade do poder público no atendimento integral das necessidades alimentares e nutricionais das pessoas em vulnerabilidade social, em situações de alta complexidade, e orienta o uso eficaz de recursos financeiros para a oferta de refeições adequadas e saudáveis.

Área

Ciências Sensoriais e perfil do Consumidor

Autores

Rita de Cássia Ribeiro, Bruna Vieira de Lima Costa, Nathalia Sernizon Guimarães, Ana Beatriz Leão Silva, Rosana Maria Calazans, Izabel Cristina Corrêa Barcelos, Giovana Ridolfi Aburachid, Túlio Neves de Oliveira, Bruna Emanuella Benfica Cirilo, Simone Cardoso Lisboa Pereira