Dados do Trabalho

Título

PADRONIZAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS DA AMAZÔNIA COMO AGENTES DE ELIMINAÇÃO DE FUNGOS TOXIGÊNICOS NA CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS

Introdução

Óleos vegetais da Amazônia, como os obtidos da castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa), andiroba (Carapa guianensis) e copaíba (Copaifera officinalis), têm importância socioeconômica e potencial aplicação na conservação de alimentos devido às suas propriedades antifúngicas. Este estudo visou padronizar formulações desses óleos para avaliar sua eficácia na inibição de fungos produtores de micotoxinas, prejudiciais à saúde humana e animal.

Material e Métodos

Os óleos foram extraídos por prensagem a frio e caracterizados quanto à acidez, densidade e índices de peróxido. Nos testes de inibição fúngica, meios de ágar Sabouraud-dextrose foram modificados para incluir 1 g de óleo por placa, sendo incubadas a 30 ºC por 7 dias. Três formulações principais foram testadas: 0,5%, 1,0% e 1,5% de óleo em veículo aquoso, avaliadas tanto in vitro quanto in vivo.

Resultados e Discussão

A análise de variância (ANOVA) indicou que, in vivo, não houve diferença significativa entre os grupos tratados com diferentes óleos vegetais (p > 0,05), sugerindo que a eficácia dos óleos não diferiu significativamente do controle sob as condições testadas. Em contraste, in vitro, os resultados mostraram inibição significativa para andiroba e copaíba (p < 0,05). A inibição pela copaíba foi extremamente significativa em relação ao controle, com uma média de 99,06±1,27% de placas sem crescimento fúngico. A andiroba também demonstrou alta eficácia, apresentando 78,66%±18,87% de placas sem crescimento. A castanha-do-Brasil não apresentou inibição significativamente diferente do controle, com apenas 13,05%±6,17% de área livre, possivelmente devido à sua alta carga microbiana. Esses dados indicam que os óleos de andiroba e copaíba têm um maior efeito antifúngico, alinhando-se com a literatura existente sobre a eficácia desses óleos na inibição de fungos toxigênicos.

Conclusão

Esta pesquisa destaca a importância de explorar compostos naturais da Amazônia para promover a segurança alimentar e prolongar a vida útil dos alimentos e matérias-primas. Estudos futuros devem explorar a combinação desses óleos e avaliar outros microrganismos para otimizar suas formulações e ampliar suas aplicações na indústria alimentícia e farmacêutica, com foco na segurança para consumo humano.