Dados do Trabalho

Título

EXTRAÇÃO PROTEICA E TECNO-FUNCIONALIDADE DE MACROALGAS BRASILEIRAS

Introdução

O litoral brasileiro possui variadas espécies de macroalgas. Com as correntes marítimas, elas podem se desprender de seu substrato ainda no oceano e serem levadas até a orla como uma grande mistura de espécies de macroalgas (sendo chamadas arribadas), ocasionando acúmulo. Quando não removidas por serviços municipais de limpeza, elas sofrem decomposição, causando odores desagradáveis, atraindo pragas e afastando turistas. Para evitar este acúmulo e dar valor às macroalgas como matéria-prima, é sugerido as explorar economicamente por meio da valorização de seus componentes como novos ingredientes na indústria de alimentos. Portanto, esse estudo teve como objetivo extrair proteínas de macroalgas arribadas do litoral nordestino e avaliar suas propriedades funcionais quanto à formação, estabilização e morfologia de espuma.

Material e Métodos

Realizou-se extração alcalina da farinha de macroalga suspensa em água destilada (1:20 m/v). Inicialmente o pH foi ajustado para 11 com NaOH 1M, sendo mantido sob agitação magnética por 1 hora a 52,5°C, seguido de centrifugação a 4000 rpm por 20 minutos, cujo sobrenadante foi separado e o pH ajustado para 7.

Resultados e Discussão

O extrato proteico apresentou rendimento de 11,2%. A capacidade espumante foi 63,3%, enquanto, para a estabilidade de espuma em 1 hora se obteve 21,4%. A morfologia da espuma foi avaliada em microscópio óptico, utilizando a espuma formada imediatamente após a agitação, observando-se a predominância de bolhas pequenas, com a presença de algumas maiores. A estabilidade da espuma pode ser relacionada à desnaturação das proteínas, induzidas pelo aquecimento prolongado durante o processo de extração. A maior presença de bolhas pequenas pode ter contribuído positivamente na estabilidade, uma vez que bolhas maiores tendem a colapsar instantes após a homogeneização.

Conclusão

Estes resultados demonstram que as propriedades espumantes das proteínas das macroalgas arribadas do litoral nordestino brasileiro têm potencial para a aplicação em alimentos. A metodologia de extração das proteínas pode ser adaptada para avaliar a modificação de suas propriedades tecno-funcionais, permitindo-se obter diferentes extratos proteicos para aplicações diversas.