Dados do Trabalho


Título

ÓLEO DA POLPA DE PEQUI: CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA

Introdução

O pequi (Caryocar brasiliense Camb.) é um fruto que contém alto teor lipídico, tanto na polpa quanto na semente. O óleo da polpa possui em sua composição antioxidantes, compostos fenólicos e carotenoides. Sendo assim, a verificação da qualidade do óleo comercializado é de extrema importância, visto que apresenta alto valor agregado, estando sujeito a possíveis adulterações. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as características físico-químicas de um óleo comercial da polpa de pequi.

Material e Métodos

Foram realizadas análises de índice de acidez (IA), índice peróxidos (IP), classes de lipídios e composição em ácidos graxos. As metodologias utilizadas seguiram os protocolos da American Oil Chemists’ Society (AOCS).

Resultados e Discussão

Os valores obtidos para o IA e IP foram 5,06 mg KOH/g e 4,26 meq O2/kg, respectivamente. De forma complementar, obteve-se para classes de lipídios, triacilgliceróis (TAG): 94,78%, diacilgliceróis (DAG): 3,14% e em conjunto para monoacilgliceróis (MAG) e ácidos graxos livres (AGL): 2,05%. Em termos de composição em ácidos graxos majoritários, o óleo da polpa de pequi apresentou: ácido oleico (C18:1) - 60,03%, ácido palmítico (C16:0) - 31,80%, ácido esteárico (C18:0) - 2,81%, ácido linoleico (C18:2) - 2,34% e ácido palmitoleico (C16:1) -1,22%. Segundo a Instrução Normativa (IN) nº 87 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2021), os valores máximos para óleos não refinados são de 4,0 mg KOH/g para IA e 15 meq O2/kg para IP. Assim, os valores encontrados estão acima dos indicados pela normativa para IA e abaixo para o IP. Em geral, óleos não refinados provenientes da polpa de frutos podem apresentar acidez mais elevada. Esses parâmetros de qualidade descrevem inicialmente a estabilidade e o estado oxidativo dos óleos. Com relação análise de classes de lipídios, é possível verificar a extensão da hidrólise nos óleos vegetais. O óleo de pequi apresentou baixo teor de lipídios minoritários (DAG, MAG e AGL), um indicativo de qualidade. A composição em ácidos graxos é considerada parâmetro de identidade dos óleos vegetais e os percentuais encontrados neste trabalho foram semelhantes aos verificados em literatura.

Conclusão

Com isso, o óleo da polpa de pequi apresentou boas características físico-químicas, podendo beneficiar a área cosmética e de alimentos.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

Thayná Torres da Silva, Jonnathan Silva Nunes, Julia Guirardello Iamarino, Gabriel Almeida Rodrigues Martins, Karen Ito Kawagoe, Renato Grimaldi, Ana Paula Badan Ribeiro