Dados do Trabalho
Título
QUALIDADE E IDENTIDADE DO ÓLEO BRUTO DA SEMENTE DO PEQUI
Introdução
o pequi (Caryocar brasiliense Camb.) é uma fruta típica do Brasil na qual a semente indica alto teor de óleo. No entanto, o óleo bruto extraído indica particularidades físico-químicas que podem direcionar seu uso no setor alimentício. Nesse sentido, este estudo objetivou avaliar a qualidade e a composição do óleo bruto da semente do pequi para potencial aplicação na indústria alimentícia.
Material e Métodos
A metodologia utilizada seguiu métodos padrões para a caracterização de óleos vegetais. Foram obtidos resultados referentes ao índice de acidez e peróxido, e índice de iodo calculado e saponificação calculado. A composição em ácidos graxos (CAGs) e triacilgliceróis (TAGs) foi determinada por cromatografia gasosa e a composição em monoacilgliceróis (MAGs), diacilgliceróis(DAGs) e ácidos graxos livres (AGLs) foi determinada por cromatografia líquida.
Resultados e Discussão
Os resultados mostraram que os índices de qualidade (acidez e peróxido) foram de 2,6 mg KOH/g e 7,59 meqO2/Kg, respectivamente. Quanto à composição, o índice de iodo calculado foi de 62 cg I2/g e o índice de saponificação calculado foi de 196,35 mg KOH/g. Foram obtidos altos teores de CAGs monoinsaturados, especialmente do ácido oleico (55,58%), e teores significativo de CAGs saturados, representados pelo ácido palmítico (33,42%). O teor de TAGs foi de 89,55% e a soma dos lipídeos minoritários (DAGs, MAGs e AGLs) foi de 2,5%.
Conclusão
A acidez do óleo e o índice de peróxido se estabeleceram dentro do padrão permitido pela legislação vigente para óleos brutos (Brasil, Instrução Normativa nº 87, de 2021, p. 10). O índice de iodo calculado expressou grau moderado de insaturação e o índice de saponificação calculado sugeriu a presença de CAGs de cadeia média a longa. O alto teor de ácido oleico, confere ao óleo propriedades benéficas para a saúde cardiovascular, enquanto que o teor de ácido palmítico, contribui para a estabilidade físico-química do óleo. A diferença entre os teores de TAGs e lipídeos minoritários (DAGs, MAGs e AGLs), indica baixa tendencia do óleo à degradação. Concluímos que o óleo bruto da semente do pequi atende aos padrões de qualidade vigentes, apresenta boas características nutricionais e possui um perfil lipídico favorável para aplicações na indústria de alimentos.
Área
Química, bioquímica e físico-química de alimentos
Instituições
Faculdade de Engenharia de Alimentos / UNICAMP - São Paulo - Brasil
Autores
Jonnathan Silva Nunes, Thayná Torres da Silva, Gabriel Almeida Rodrigues Martins, Janaína Ramiro Dedé, Karen Ito Kawagoe, Renato Grimaldi, Ana Paula Badan Ribeiro