Dados do Trabalho


Título

PRODUÇÃO E ANÁLISE DE ISOLADOS PROTEICOS DA TORTA RESIDUAL DA EXTRAÇÃO DE ÓLEO DA AMÊNDOA DO PEQUI (Caryocar brasiliense Camb.)

Introdução

O pequi é um fruto típico do Cerrado muito aproveitado em sua região de ocorrência para fins alimentícios e para extração de óleo. O resíduo obtido após a extração dos lipídeos de suas amêndoas apresenta 46,45% de proteínas, sendo uma fonte rica deste nutriente. Porém este resíduo é pouco aproveitado e suas proteínas carecem de informações na literatura, sendo assim, este trabalho objetivou avaliar a viabilidade da produção de isolados proteicos a partir deste resíduo, bem como analisar suas proteínas.

Material e Métodos

As amêndoas foram secas, trituradas e desengorduradas. Para a produção dos isolados utilizou-se a metodologia de solubilização alcalina com posterior precipitação ácida, sendo os pHs básicos testados variando de 8,0 a 9,5 (com precipitação no pH 4,8) e os pHs ácidos foram variados entre 4,0 e 5,5 (solubilizados no pH 9,5). Após as extrações, os isolados foram secos e quantificados por micro Kjeldahl. Após a quantificação os isolados foram submetidos à análise de FTIR e eletroforese SDS-Page.

Resultados e Discussão

Os resultados obtidos sugerem que, dentre as condições testadas, o pH de solubilidade mais aceito pelas proteínas da amêndoa do pequi é o pH 9,5 com pH de precipitação entre 4,5 e 5,0 nestes parâmetros de extração os isolados apresentaram taxas de proteínas totais maiores que 90%. Tais resultados sugerem que o ponto isoelétrico dessas proteínas está entre os pHs 4,5 e 5,0, o que está de acordo com a literatura no que se refere à proteínas vegetais. Os resultados obtidos pela análise de FTIR indicam que no pH 8,0 as proteínas não foram totalmente solubilizadas, interferindo na produção dos isolados. Os resultados da eletroforese indicam pequenas quantidades de proteínas com tamanho de 66,2 kDa e 45,0 kDa e uma grande quantidade com 14,4 kDa, sugerindo a presença de pequenas quantidades de globulina e grandes quantidades de albumina 2S entre as proteínas da amêndoa do pequi.

Conclusão

Com as condições obtidas é possível obter um isolado proteico rico em albuminas (2S), que em geral tem função metabólica e não de armazenamento de energia nas plantas. Futuros estudos referentes a propriedades funcionais do isolado proteico indicarão qual a melhor aplicação deste ingrediente em matrizes alimentares.

Área

Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos

Instituições

UNESP - São Paulo - Brasil, University of Arkansas - - United States

Autores

Rafael Silva Naito, Felipe Pires Ribeiro, Beatriz dos Santos Galvão, Sungil Ferreira, Cassia Roberta Malacrida