Dados do Trabalho


Título

FRACIONAMENTO E CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DAS PROTEÍNAS DA LARVA DE Zophobas atratus ALIMENTADOS COM RESÍDUO VITÍCOLA

Introdução

Com o aumento da população mundial há uma maior demanda por produção/consumo de fontes de proteínas. Os insetos comestíveis podem ser considerados fonte alternativa de proteína com menor impacto ambiental. Dessa forma, a extração de proteínas de insetos para posterior adição em produtos alimentícios é particularmente relevante. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo extrair, fracionar e caracterizar a fração proteica da larva de Zophobas atratus alimentado com resíduo vitícola.

Material e Métodos

As larvas foram alimentadas com ração de crescimento de aves e resíduo de uva (RU), por 90 dias nas seguintes proporções: RU-0%, RU-25%, RU-50%, RU-75% e RU-100%. Após esse período, foram abatidas por congelamento, liofilizadas, trituradas e desengorduradas. A partir da farinha da larva foi obtido um isolado proteico total, fracionamento das proteínas, avaliação da digestibilidade e determinado o perfil de aminoácidos. As médias dos resultados foram avaliadas pela análise de variância (ANOVA) e comparadas pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05).

Resultados e Discussão

Não houve diferença estatística na quantidade de proteína total (30,9±0,4 g/100 g – 33,3±1,0 g/100 g) nos diferentes tratamentos, ou seja, não houve alteração da constituição proteica das larvas pela adição do resíduo vitícola. A melhor condição para obtenção do isolado proteico foi com a solução extratora NaOH (0,1 mol/L) com proporção massa/volume de 1:30 e sob agitação constante por 30 minutos. A proteína do tipo glutelina foi a fração majoritária (35,40% – 17,71%) encontrada nos isolados, o que sugere uma possível capacidade de formar rede de proteína, desejável em produtos de panificação. A digestibilidade proteica das farinhas in natura variou de 50.9±1.3% a 56,8±1.1%, sendo menor do que observado para os isolados proteicos (91,0±1,4% – 95,0±1,8%). Todos os aminoácidos essenciais foram encontrados em quantidades recomendadas nos isolados proteicos, independentemente do tratamento. Destaque para concentração de leucina (45,3±8,2 mg/g – 29,7±1,5 mg/g) e lisina (34,9±1,3 mg/g – 23,9±3,8).

Conclusão

Os resultados encontrados demonstram a potencialidade do uso da farinha da larva do Z. atratus, especialmente do isolado proteico, como boa fonte de proteínas. Assim, recomenda-se o uso de resíduos da indústria vitícola para o crescimento de lavra do Z. atratus, com potencial para aplicação como ingrediente proteico.

Área

Alimentos não convencionais: fontes alternativas

Instituições

Universidade Federal da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

Renata Quartieri Nascimento, Biane Oliveira Philadelpho, Fabiane Cerqueira de Almeida, Ederlan Souza Ferreira, Carolina Oliveira de Souza