Dados do Trabalho
Título
AZEITE DE DENDÊ HÍBRIDO UNAUÉ HIE OXG: EFEITO DA OXIDAÇÃO ACELERADA EM ESTUFA SOBRE O PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS
Introdução
O azeite de dendê híbrido Unaué HIE OXG (ADH), extraído do fruto híbrido interespecífico entre Elaeis guineensis e Elaeis oleifera, possui proporção de ácidos graxos insaturados maior que o azeite de dendê africano (ADA). Ácidos graxos insaturados são mais susceptíveis à rancidez oxidativa por auto-oxidação, principalmente poli-insaturados. Este estudo objetivou avaliar o perfil de ácidos graxos (AG) de ADH e ADA (controle) produzidos na Bahia, ao longo de armazenamento acelerado em estufa (Schaal Oven Test), a 65 ± 5°C, nos tempos 0, 3, 6, 9, 12, 15 e 18 dias.
Material e Métodos
Os ésteres metílicos de ácidos graxos (FAME) extraídos foram analisados em cromatógrafo a gás e os AG foram quantificados por normalização das áreas de FAME e expressos em %FAME.
Resultados e Discussão
O ADH apresentou uma maior quantidade de ácidos graxos monoinsaturados (AGMI) (56,92 ± 0,00% a 57,28 ± 0,08%) e menor conteúdo de ácidos graxos saturados (AGS) (30,65 ± 0,00% a 31,38 ± 0,08%) comparado ao ADA (AGMI: 51,87 ± 1,24% a 51,23 ± 0,09%; AGS: 34,99 ± 0,59% a 36,14 ± 0,28%) (p < 0,05). Os ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) reduziram até o último tempo de armazenamento em ambos os óleos, podendo ser indicativo de oxidação lipídica com produção de compostos de oxidação primária e secundária. Os principais AG (p < 0,05) encontrados nos azeites foram o oleico (C18:1) (55,83 ± 0,01% a 56,23 ± 0,01% e 50,85 ± 1,22% a 50,22 ± 0,09%), palmítico (C16) (27,01 ± 0,01% a 27,67 ± 0,07% e 31,13 ± 0,11% a 31,78 ± 0,28%) e linoleico (C18:2N6) (10,64 ± 0,01% a 9,45 ± 0,01% e 11,12 ± 0,47% a 10,30 ± 0,09%) para o ADH e ADA, respectivamente. Pelo conteúdo de ácido oleico, o ADH poderia ser um substituto aos óleos ricos em AGMI. O ácido oleico e o palmítico mantiveram-se estáveis durante todo o período de armazenamento, entretanto houve redução do linoleico em ambos os óleos (p > 0,05).
Conclusão
Durante armazenamento acelerado em estufa, houve variação do perfil de AG dos azeites pela redução de AGPI, tornando-os mais susceptíveis à oxidação, necessitando, assim, de antioxidantes para inibir o processo oxidativo, por exemplo.
Área
Química, bioquímica e físico-química de alimentos
Instituições
Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Bahia - Brasil
Autores
Agnes Sophia Braga Alves, Deborah Murowaniecki Otero, Fabiane do Espírito Santo de Jesus, Jaqueline Reis de Souza Bispo, Nayah Barbieri do Prado, Cláudio Vaz Di Mambro Ribeiro, Carolina Oliveira de Souza, Bruna Aparecida Souza Machado, Camila Duarte Ferreira Ribeiro