Dados do Trabalho


Título

BIOPLÁSTICO A PARTIR DO AMIDO DE BANANA DA TERRA (MUSA PARADISIACA L.) COM EXTRATO DAS FOLHAS DE PITANGUEIRA (EUGENIA UNIFLORA L.): DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO

Introdução

Os plásticos derivados do petróleo são os polímeros mais utilizados no mundo, porém sua decomposição é prolongada, causando impactos ambientais. Uma alternativa sustentável é a produção de bioplásticos biodegradáveis, provenientes de fontes renováveis. A banana verde está sendo explorada como fonte de amido para produção de filmes, devido à sua composição em amilose e amilopectina que favorece a gelatinização. As folhas de pitangueira, ricas em compostos bioativos, como os fenólicos, apresentam propriedades antimicrobianas, sendo de interesse incorporar no bioplástico.

Material e Métodos

Este estudo objetivou desenvolver bioplásticos a partir do amido da banana da terra verde (Musa paradisiaca L.) associado com extrato de folhas de pitangueira (Eugenia uniflora L.) em diferentes concentrações (0%, 0,5% e 1%), avaliando o teor de fitoquímicos, atividade antioxidante e antimicrobiana (Staphylococccus aureus; Escherichia coli; Pseudomonas. aeruginosa; Candida albicans) e o comportamento reológico. Foi realizada a extração do amido com hidróxido de amônia e os extratos hidroetanólicos das folhas de pitangueira obtidos por turbólise. Foram determinados os fitoquímicos e a atividade antioxidante empregando o radical DPPH.

Resultados e Discussão

Os resultados do extrato das folhas de pitangueira foram: carotenoides totais (2,41 mg.100g-1), clorofila total (10,32 mg.100g-1); flavonoides amarelos (0,37 mg.100g-1), antocianinas totais (0,46 mg.100g-1), compostos fenólicos (10,85 mg EAG.100g-1),vitamina C (54,0 mg.100g-1) e atividade antioxidante de 66,32%. A atividade antimicrobiana somente foi observada no extrato das folhas frente à cepa de Staphylococccus aureus. Em relação aos fitoquímicos dos bioplásticos com 0%, 0,5% e 1% de extrato, obteve-se: carotenoides totais (0,04 a 0,34 mg.100g-1), clorofila total (0,14 a 0,60 mg.100g-1); flavonoides amarelos (0,00 a 0,06 mg.100g-1), antocianinas totais (0,03 a 0,35 mg.100g-1), compostos fenólicos (1,21 a 4,40 mg EAG.100g-1), vitamina C (4,10 a 23,60 mg.100g-1). A atividade antioxidante variou de 1,03 a 7,20%.

Conclusão

Os bioplásticos foram classificados como fluidos pseudoplásticos. Portanto, foi possível desenvolver biofilmes de amido de banana da terra verde e extratos de folhas de pitangueira que agregaram principalmente, fenólicos e vitamina C em sua formulação. Os resultados apresentados podem ser utilizados em futuros estudos que visem a otimização das características do bioplástico para utilização como revestimentos de alimentos por se constituírem biopolímeros de matérias-primas renováveis e biodegradáveis.

Área

Aspectos regulatórios e inovações em embalagens de alimentos

Autores

Beatriz Becevelli Andrade, Luiz Eloi da Silva, Gabriel Azevedo de Brito Damasceno, Anderson Santos Souza, Milena Soares dos Santos, Eduardo Bruno Macêdo Viana, Márcia Elena Zanuto, Cassiara Camelo Eloi de Souza