Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO DE BAGAÇO DE AZEITONA PROVENIENTE DA EXTRAÇÃO DE AZEITE

Introdução

A produção de azeite de oliva no Rio Grande do Sul vem ganhando destaque no cenário nacional. Em 2023, o estado foi responsável por 75% de todo o azeite produzido no Brasil, gerando uma quantidade significativa de resíduos, como o bagaço de azeitona. Este material heterogêneo é composto por polpa de azeitona, casca, fragmentos de caroço e água. Diante desse cenário, torna-se importante caracterizar esse subproduto para viabilizar sua aplicação em diversos setores, como na indústria alimentícia e cosmética. O presente trabalho possui como objetivo caracterizar o bagaço de azeitona proveniente da extração de azeite.

Material e Métodos

A matéria-prima foi obtida junto a uma agroindústria localizada em Pinheiro Machado-RS. Após a coleta, o bagaço foi armazenado em freezer (-18 °C). Foram realizadas análises de composição centesimal de acordo com metodologia da AOAC. A umidade foi determinada em estufa (105 °C, 24 h), as proteínas foram determinadas pelo método de Kjehdal, os lipídeos pelo método de Soxhlet, as cinzas foram determinadas após queima do material em estufa (550 °C, 24 h), as fibras foram determinadas pelo método de Van Soest, e os carboidratos foram determinados por diferença. Além disso, o teor total de carotenoides foi determinado utilizando acetona e acetato de etila como solventes. Os extratos obtidos foram saponificados e avaliados em espectrofotômetro a 455 nm. O cálculo de carotenoides totais foi realizado considerando o coeficiente de absortividade molar da luteína em etanol.

Resultados e Discussão

Os resultados indicaram um teor de umidade de 68,3 ± 0,5 % no bagaço de azeitona. O teor de fibras, lipídeos, carboidratos, proteínas, e cinzas, em base seca, foram de: 55,8 ± 0,4 %, 17,7 ± 0,5 %, 16,5 ± 1,2 %, 6,9 ± 0,1 % e 3,5 ± 0,36 %, respectivamente. O conteúdo total de carotenoides foi de 34,68 µg/g de biomassa seca.

Conclusão

Assim, acredita-se que esse subproduto possa ser explorado com relação à extração de lipídeos e compostos bioativos, como carotenoides. Ainda, devido à alta concentração de fibras, esse subproduto pode ser explorado como matéria-prima para processos de fermentação.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Instituições

Universidade Federal do Rio Grande - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Pedro Minasi Brandão, Carla Pereira Wenderroschs Gomes, Rejane Macedo Martins, Luiz Antônio Almeida Pinto, Anelise Christ-Ribeiro, Débora Pez Jaeschke