Dados do Trabalho


Título

MARACUJÁ DO MATO (PASSIFLORA CINCINNATA MAST): FLAVORIZANTE FUNCIONAL EM PRODUTO ALIMENTÍCIO À BASE DE ÁGAR-ÁGAR

Introdução

O maracujá do mato é um fruto de sabor exótico, presente na Caatinga brasileira com grande potencial de utilização, porém ainda proveniente do extrativismo e de áreas cultivadas em escala doméstica, sendo subutilizado na produção agroindustrial. Sendo assim, esta pesquisa teve como objetivo desenvolver formulações tipo gelatina de ágar-ágar, empregando a polpa de maracujá do mato como flavorizante funcional.

Material e Métodos

Os frutos maduros do maracujá do mato oriundos do município de Monte Santo-BA foram sanitizados, despolpados e armazenados para caracterização química e elaboração de duas formulações com ágar-ágar utilizando xilitol e sacarose, ambas a 40%. Foram avaliados o teor de compostos bioativos e a capacidade antioxidante (DPPH) da polpa e das formulações e os dados foram submetidos à análise de variância one-way (Teste de Tukey), considerando p<0,05 utilizando o programa estatístico SAS.

Resultados e Discussão

Os resultados encontrados na polpa in natura de maracujá do mato foram: carotenoides totais (0,42 mg.100g-1); flavonoides amarelos (9,45 mg.100g-1); antocianinas totais (0,10 mg.100g-1); Vitamina C (10,58 mg.100g-1); clorofila total (0,13 mg.100g-1); compostos fenólicos (60,95 mg EAG.100g-1) e capacidade antioxidante de 90,84%. Os resultados para os produtos com xilitol e sacarose foram, respectivamente: carotenoides totais (0,42a e 0,44a mg.100g 1); flavonoides amarelos (6,68a e 4,89b mg.100g-1); antocianinas totais (0,04a e 0,04a mg.100g-1); clorofila total (0,20a e 0,20a mg.100g-1); vitamina C (5,62a e 5,63a mg.100g-1); compostos fenólicos (28,43a e 25,85a mg EAG.100g-1) e capacidade antioxidante (%): 76,10a e 81,36b. Destacou-se uma alta capacidade antioxidante da polpa in natura, assim como nas formulações, que mesmo com as interferências dos processos de elaboração manteve-se alta, sobretudo no produto com sacarose acompanhada também do teor de flavonoides amarelos, que foi mais elevado na gelatina com xilitol.

Conclusão

Portanto, o desenvolvimento de uma gelatina de ágar-ágar saborizada com maracujá do mato não só atende às demandas dos consumidores em busca de opções mais saudáveis, ricas em compostos bioativos e sustentáveis, mas também valoriza e divulga a riqueza da biodiversidade da Caatinga brasileira, enriquecendo a oferta de alimentos e fomentando o desenvolvimento local.

Área

Alimentos funcionais e nutrição

Autores

Luiz Henrique Araújo Santos Hora, Eduardo Bruno Macêdo Viana, Luiz Eloi da Silva, Anderson Santos Souza, Márcia Elena Zanuto, Cassiara Camelo Eloi de Souza