Dados do Trabalho

Título

MONITORAMENTO DO TEOR DE FERRO EM AMOSTRAS DE FARINHAS DO PROGRAMA NACIONAL DE FORTIFICAÇÃO NO LACEN/SC

Introdução

No Brasil, desde 2002, o enriquecimento de farinhas de trigo e milho com ferro é uma estratégia de política pública, recomendada pela Organização Mundial de Saúde e estabelecida a fim de combater as patologias decorrentes da anemia ferropriva. O Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina, como integrante da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária, tem dentre suas atribuições realizar as análises laboratoriais de alimentos relacionadas às funções do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. O presente trabalho tem por objetivo avaliar o teor de ferro em farinhas.

Material e Métodos

Foram analisadas 55 amostras de farinha de trigo (n=29) e milho (n=26) oriundas do Programa Nacional de Monitoramento da Fortificação das Farinhas de Trigo e Milho coletadas no território do estado de Santa Catarina, no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2023. As análises foram realizadas no Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina, pela metodologia espectrofotométrica de referência AOAC 994.02.

Resultados e Discussão

Das 55 amostras analisadas, 30,9% (n=17) apresentaram resultado insatisfatório para determinação de ferro, estando fora do limite de 4,0 mg a 9,0 mg de ferro/100 g de farinha, estabelecido pela Resolução-RDC n° 604/2022. Dentre as amostras insatisfatórias, 11.8% (n=2) apresentaram resultados de 10,36 e 22,62 mg de ferro/100 g, acima do limite máximo legal, enquanto 88,2% (n = 15) apresentaram resultados entre 0,87 e 3,38 mg de ferro/100 g, abaixo do limite estabelecido pela legislação. Em relação ao total de amostras de farinha de trigo analisadas, 17,2% (n=5) foram reprovadas, enquanto para farinha de milho este percentual foi de 46,2% (n=12).

Conclusão

Estes resultados apontam que cerca de um terço das farinhas de trigo e milho avaliadas não contém a concentração de ferro prevista na legislação e quase a metade das farinhas de milho analisadas não atendem os limites estabelecidos em norma. Portanto, é evidente que existem falhas na cadeia produtiva e que o monitoramento contínuo da qualidade pós-mercado de farinhas de trigo e milho é fundamental para a implementação da política de fortificação de alimentos.