Dados do Trabalho


Título

Método de extração multimicotoxinas da água de parboilização do arroz

Introdução

A ocorrência de micotoxinas na água de parboilização do arroz é relatada na literatura e é um fator importante a ser considerado no tratamento dos efluentes da indústria arrozeira, tendo em vista que o seu descarte no meio ambiente possibilita maior exposição destes contaminantes a humanos e animais. Estes dados geram a necessidade de estratégias de mitigação de micotoxinas, monitoradas por métodos analíticos eficientes e precisos para quantificação desses compostos. Contudo, essa quantificação se torna onerosa pela complexidade e variabilidade estrutural das micotoxinas. Assim, o objetivo deste estudo foi desenvolver método de extração multimicotoxinas para água de parboilização do arroz.

Material e Métodos

Para tanto, a extração foi avaliada empregando volumes de reagentes mimetizados, diferenciando-se com relação ao solvente de extração empregado, acetonitrila e acetonitrila acidificada 1% com ácido acético. Em frascos contaminados com 2 ng mL-1 de aflatoxina B1 (AFB1), 2 ng mL-1 de ocratoxina A (OTA), 2 µg mL-1 de deoxinivalenol (DON) e 0,08 µg mL-1 de zearalenona (ZEN) foi adicionado água de parboilização e solvente de extração na proporção 1:1. Após, aos frascos foram adicionados sulfato de magnésio e cloreto de sódio, agitados e centrifugados. As micotoxinas na fração orgânica foram quantificadas em LC-FL e em LC-DAD. Por fim, o método foi avaliado quanto a exatidão e precisão em três níveis (LOQ, 5LOQ e 10LOQ).

Resultados e Discussão

Na extração empregando solvente não acidificado foi obtido recuperações de 77,2% para ZEN, 80,6% para OTA, 61,3% para AFB1 e 87,6% para DON, valores cerca de 1,2x maior para AFB1 e DON que quando utilizado acetonitrila acidificada.

Conclusão

O emprego de solvente de extração acidificado é reconhecido na literatura por sua eficiência na extração, principalmente para OTA. No entanto, neste estudo a ausência de acidificação pode ser justificada pelo pH da água de parboilização (5,82) ser suficientemente ácido para extraí-la, mesmo a OTA não estando totalmente na sua forma molecular (OTA - pKas 4,4, fração de fenilalanina, e 7,3, fração isocumarina). A exatidão e precisão avaliada estavam de acordo com os parâmetros preconizados pelo Inmetro. O método desenvolvido é eficaz e será empregado para monitorar a mitigação das micotoxinas na água de parboilização de arroz.

Área

Validação de métodos para análise de alimentos

Instituições

FURG - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Ana Flávia Vendramin Comunello, Larine Kupski, Jaqueline Garda-Buffon