Dados do Trabalho


Título

INCIDÊNCIA DE MATÉRIAS ESTRANHAS NAS AMOSTRAS COLETADAS EM SANTA CATARINA NO PROGRAMA VERÃO LACEN/ANVISA

Introdução

A microscopia tem importância fundamental no controle de qualidade, na detecção de contaminantes, na verificação de ingredientes e na investigação de falsificações em alimentos. Produtos manipulados em locais pouco controlados, como áreas de praia, são propensos a contaminações e oferecem maior risco ao consumidor.

Material e Métodos

O Programa Verão analisa alimentos sazonais comercializados no litoral catarinense durante o verão, averiguando a presença de contaminantes e possíveis fraudes. Neste programa são realizadas análises histológicas, seguindo a metodologia do Instituto Adolfo Lutz, e pesquisa de matérias estranhas macro e microscópicas, seguindo as metodologias da AOAC.

Resultados e Discussão

Os dados dos últimos 4 verões são aqui analisados quanto ao tipo de alimento e não conformidades encontradas. Amostras de caldo de cana, sorvete, água de coco e polpa de fruta foram analisadas. Observou-se o decréscimo, ao longo dos anos, do número de amostras em desacordo com a legislação, passando de 45% no verão 20/21 para 25% no verão 23/24. Combinando isso com o aumento de amostras coletadas, de 40 em 20/21 para 59 em 23/24, subtende-se que a maior fiscalização mantém os comerciantes atentos a qualidade dos alimentos ofertados. Quanto ao tipo de matérias estranhas encontradas, verificou-se a predominância de pelos e fragmentos de insetos, provavelmente provenientes do ambiente de manipulação pouco controlado, como bufê de sorvetes e preparo de sucos, caldos de cana e abertura de coco em espaços ao ar livre. Ácaros vivos foram encontrados em 8 amostras de caldo de cana. Os ácaros podem habitar naturalmente os talos da cana-de-açúcar e ser transferidos para o suco durante a extração. Práticas de higiene inadequadas contribuem para a contaminação, se o equipamento utilizado para extrair e armazenar o suco não for devidamente limpo, pode abrigar ácaros e transferi-los para o suco. Quando ingeridos esses animais podem causar alergias graves.

Conclusão

Com isso, vemos a necessidade de protocolos de higiene rigorosos e regimes regulares de inspeção para garantir a segurança e a qualidade dos produtos alimentares, especialmente aqueles vendidos em ambientes exteriores ou mal controlados. Ao abordar estas questões, as autoridades podem ajudar a minimizar o risco de contaminação e proteger os consumidores de potenciais riscos para a saúde.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

Angélica Lorenzetti Rosa, Marina Silva Teixeira, Rozicléa Refosco, Pedro Ivo Pinheiro Fuchs, Denise de Carvalho Caldeira