Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E DE IDENTIDADE DE ÓLEO DE BACABA COMERCIAL

Introdução

A bacaba (oenocarpus bacaba) é um fruto obtido a partir de uma palmeira amazônica, possuindo elevado aporte energético, potencial alimentar, econômico e ecológico, e significativa concentração de compostos fenólicos, de caráter antioxidante. O óleo pode ser extraído tanto da polpa como da amêndoa, sendo neste estudo utilizado um óleo comercial de polpa de bacaba.

Material e Métodos

Objetivou-se caracterizá-lo em termos de parâmetros físico-químicos e de identidade, utilizando-se metodologias oficiais da American Oil Chemists' Society (AOCS).

Resultados e Discussão

Medidas de ácidos graxos livres (18,88 ± 0,08% em ácido oleico), índice de acidez (37,58 ± 0,16 mgKOH/g), índice de peróxido (16,08 ± 0,02 mEq/1000g) foram tomadas verificando-se que este óleo não atende às especificações publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instrução Normativa N° 87, de 15 de março de 2021. A composição glicerídica, determinada pela técnica de high performance size exclusion chromatography (HPSEC), e a composição em ácidos graxos por cromatografia em fase gasosa (GC) também foram determinadas. O óleo de bacaba apresentou 64,53 ± 0,51% de triacilgliceróis, 18,63 ± 0,39% de diacilgliceróis, e 16,73 ± 0,04% de monoacilgliceróis e ácidos graxos livres (AGL), verificando-se novamente o elevado teor de AGL e degradação. Com relação à análise de identidade, destaca-se majoritariamente a presença dos ácidos palmítico (21,30 ± 0,01%), oleico (56,66 ± 0,11%), e linoleico (16,02 ± 0,06%), sendo possível o cálculo dos índices de iodo (79,08 ± 0,03 g I/100g) e saponificação (194,10 ± 0,01 mgKOH/g amostra).

Conclusão

Dessa forma, é possível concluir que a amostra apresentou perfil característico de óleos do grupo do ácido oleico, ácido graxo insaturado de baixo ponto de fusão, relacionado a um aspecto líquido à temperatura ambiente. Entretanto, o óleo analisado apresentou qualidade inferior à desejada, a qual pode estar relacionada à hidrólise enzimática da fração lipídica do fruto devido à má manipulação, como também pode estar relacionada à oxidação do óleo extraído, por ação da luz, oxigênio e metais.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Instituições

Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Julia Guirardello Iamarino, Janaina Ramiro Dedé, Renato Grimaldi, Ana Paula Badan Ribeiro