Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO DAS SEMENTES E DO ÓLEO DE MORINGA (OLEIFERA LAMARCK) EXTRAÍDO POR DIFERENTES MÉTODOS

Introdução

A moringa (Moringa oleifera Lam.) é uma espécie arbórea da família Moringaceae, nativa do Norte da Índia, que possui uma elevada capacidade de adaptação e alto valor nutricional, sendo considerada uma planta alimentícia não convencional (PANC). Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi caracterizar as sementes de moringa e o seu óleo extraído com solvente orgânico e por prensagem a quente.

Material e Métodos

As sementes de moringa foram coletadas em três cidades da Bahia: Irará, Feira de Santana e Itapetinga e foram analisadas no laboratório da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) quanto às suas características físico-químicas, assim como o seu óleo.

Resultados e Discussão

Para extração do óleo utilizou-se dois métodos: prensagem mecânica a quente (P) e extração por solvente (S). A extração por solvente apresentou um rendimento superior (18,29%) quando comparado a prensagem (14,16%). As amostras diferiram significativamente (p<0,05) para os valores de acidez (P: 0,31 e S: 9,26 mg KOH/g em ácido oleico) e pH (P: 5,82 e S: 5,42), não diferindo nos valores do índice de refração (1,46). As sementes apresentaram em média 39,97% de proteínas, 21,62% de lipídeos, 8,80% de umidade e 3,36% de cinzas. Houve diferença significativa (p<0,05) pelo teste Tukey entre as sementes de Feira de Santana e de Itapetinga no teor de proteínas e entre as amostras de Irará e Feira de Santana no teor de lipídeos. Para os valores de umidade e cinzas, todas diferiram entre si. Devido à qualidade do produto, verificou-se a composição de ácidos graxos apenas dos óleos extraídos por prensagem, identificando ácido oleico (83,36%), ácido eicosanoico (6,44%), ácido esteárico (6,44%) e ácido tridecanoico (4,62%). A composição nutricional de suas sementes e a de ácidos graxos presentes no óleo mostram o potencial dessa oleaginosa para o desenvolvimento de novos produtos na indústria de alimentos, e como alternativa ao óleo de soja e azeite de oliva, visto que seu teor de ômega-9 é muito superior ao deste último, podendo ser utilizada na elaboração de farinhas, aplicação em filmes de embalagens ativas, e no desenvolvimento de produtos plant based, cujo nicho de mercado têm crescido consideravelmente na atualidade.

Conclusão

Os baixos teores de acidez e umidade contribuem para uma boa estabilidade à oxidação lipídica e conservação do óleo. A composição nutricional de suas sementes e a composição de ácidos graxos presentes no óleo mostram o potencial dessa oleaginosa para o desenvolvimento de novos produtos, como a sua utilização na indústria de alimentos, para a elaboração de farinhas, aplicação em filmes de embalagens ativas e como alternativa ao óleo de soja e até ao azeite de oliva, visto que seu teor de ômega-9 é muito superior ao deste último. O alto teor de proteínas presentes nas sementes a classificam como uma excelente fonte proteica alternativa, indicando o seu potencial para o desenvolvimento de produtos plant based, cujo nicho de mercado têm crescido consideravelmente na atualidade.

Área

Alimentos não convencionais: fontes alternativas

Instituições

Universidade Estadual do Sudoeste Da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

Michele Gomes Silva, Beatriz Oliveira Matos, Antônia Cardoso Mendes Araújo, Claudia Nascimento Silva, Simone Andrade Gualberto, Jéssica Souza Ribeiro, Biano Alves Melo Neto