Dados do Trabalho

Título

Fermentação de Casca de Arroz em Estado Sólido por Rhizopus oryzae

Introdução

A utilização de subprodutos agroindustriais, como a casca de arroz, é uma estratégia sustentável e econômica para agregar valor à resíduos que, de outra forma, gerariam poluição e desperdício ambiental se descartados, produzindo biocombustíveis, fertilizantes orgânicos, bioplásticos e ingredientes alimentares enriquecidos. A fermentação desses subprodutos utilizando microrganismos como o Rhizopus oryzae tem se mostrado promissora, especialmente na melhoria do valor nutricional e na obtenção de compostos de interesse biotecnológico. Este estudo visa avaliar os efeitos da fermentação em estado sólido da casca de arroz com Rhizopus oryzae, quanto a composição proximal.

Material e Métodos

A casca de arroz foi utilizada como substrato principal e foi fermentada a 30 °C por 96 h em biorreatores contendo 4x106 esporos g-1 e solução de nutrientes (22,5 (g L-1): KH2PO4 (2); MgSO4 (1); NH2CONH2 (1,8)), com ajuste de umidade do meio para aproximadamente 50%. A casca de arroz e a biomassa obtida foram caracterizadas físico-quimicamente em termos de umidade, cinzas, lipídios, proteínas e carboidratos.

Resultados e Discussão

Os resultados demonstraram um aumento significativo nos valores nutricionais da casca de arroz fermentada. Houve um incremento de 164,9% no teor de proteínas, tornando-a uma fonte rica deste nutriente. O teor de lipídios aumentou em 48,8% e o aumento de 5% no teor de cinzas indica uma melhoria destes nutrientes no substrato. Em contrapartida, os carboidratos diminuíram em 5,3%.

Conclusão

A casca de arroz fermentada com Rhizopus oryzae mostrou-se promissora como ingrediente nutricional para aplicação em rações animais, destacando seu papel na redução de resíduos agrícolas e na reciclagem de nutrientes, contribuindo para a sustentabilidade ambiental. A melhoria nos conteúdos proteico, lipídico e mineral confirma o potencial biotecnológico dessa abordagem para a valorização de subprodutos agroindustriais e a gestão sustentável de resíduos na agricultura. Além de agregar valor ao resíduo, essa técnica promove a produção de biocombustíveis, fertilizantes orgânicos, bioplásticos e ingredientes alimentares enriquecidos, alinhando-se aos princípios da economia circular.