Dados do Trabalho

Título

PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR FRENTE A NOVA ROTULAGEM NUTRICIONAL FRONTAL

Introdução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por meio da Resolução RDC 429/2020/ANVISA, tornou obrigatória a declaração da rotulagem nutricional frontal nos rótulos dos alimentos cujas quantidades de açúcares adicionados, gorduras saturadas ou sódio sejam iguais ou superiores aos definidos na Instrução Normativa 75/2020/ANVISA. A rotulagem frontal consiste no alerta “ALTO EM” seguido do nutriente e possui formato retangular preto com fundo branco e lupa. A mudança na regulamentação visa fornecer uma informação mais clara e rápida ao consumidor.

Material e Métodos

Este trabalho teve como objetivo evidenciar se a rotulagem frontal aumentou a percepção dos consumidores em relação às características nutricionais do alimento e se a presença desta causa algum impacto na intenção de compra. Foi realizada uma pesquisa de opinião, com pessoas de diferentes localidades do Brasil, por meio da plataforma “google forms”, desenvolvida pelo Serviço de Análise de Rotulagem da FUNED. Foram aplicadas 9 perguntas de múltipla escolha, totalizando 401 respostas.

Resultados e Discussão

Dos participantes 37% pertenciam à área da saúde, sendo os demais envolvidos com outros tipos de ocupações. Cerca de 77% afirmam avaliar o rótulo antes da compra, sendo as informações nutricionais e a lista de ingredientes os itens mais relevantes na escolha de um produto. Mais de 90% dos respondentes afirmaram já ter observado os novos alertas de rotulagem frontal. Ao serem questionados se a presença dos alertas no rótulo impacta na decisão de compra, 59,4% afirmam continuar consumindo os produtos, porém em menor quantidade, enquanto que 28,2% desiste da compra e somente 12,5% afirma não ser impactado pelos alertas. Quando interrogados se comprariam um produto com 3 alertas nutricionais (Alto em Sódio, Gordura Saturada e Açúcar Adicionado) mais de 60% respondeu negativamente. Ao se apresentar dois cookies, um com alerta frontal de gordura saturada e açúcar adicionado e outro sem alerta, quase 80% escolheu o produto sem o alerta frontal. Para finalizar, questionou-se a decisão de oferecer ou não a uma criança produtos com alerta de açúcar adicionado. Neste caso, 73% afirmaram não comprar tais alimentos.

Conclusão

Concluímos que os alertas impactam na decisão de compra dos consumidores, pois estes estão mais perceptíveis a estas informações na rotulagem dos alimentos.