Dados do Trabalho
Título
PROCESSAMENTO DE POLPA DE CAFÉ EM PLANTA PILOTO
Introdução
A polpa de café é um subproduto rico em compostos bioativos, obtido pelo despolpamento dos grãos de café por via úmida. Esse material é tradicionalmente subutilizado e sua reincorporação e valorização é importante para otimizar o uso dos recursos naturais. Esse trabalho teve como objetivo desenvolver um método para o processamento da polpa de café em planta piloto, obtendo um extrato concentrado e uma farinha proveniente da casca, ambos ricos em compostos bioativos, aproveitando assim, todo o material.
Material e Métodos
Para a extração foram utilizadas polpas de clones de café disponibilizados pelo Instituto Agronômico de Campinas, esse material foi colhido por seleção manual com retirada de impurezas e grãos defeituosos, e consequentemente submetido ao processo de descascamento por via úmida, através do uso de um despolpador mecânico. As polpas foram adicionadas de água na proporção de 3 partes de polpa para 4 partes de água e transferidas para o tacho concentrador a vapor onde ficaram por 30 minutos em uma temperatura de 60°C com pressão negativa de 500 mmHg. O conteúdo do concentrador foi levado para um despolpador Finisher visando a separação dos sólidos solúveis e insolúveis, esse procedimento foi feito duas vezes. Resultando em um extrato que foi posteriormente concentrado novamente por 25 minutos a 70ºC e em um material fibroso onde no primeiro momento somente o extrato foi analisado. O extrato obtido foi analisado quanto a umidade, carboidratos, fibras alimentares solúveis e insolúveis, carboidratos, cafeína, fenólicos totais, ácidos clorogênicos e minerais como cálcio, magnésio, fosforo e potássio.
Resultados e Discussão
O extrato caracterizado demonstrou potencial para o desenvolvimento de produtos com apelo funcional contando com um alto teor de compostos fenólicos (1482,43 ± 49,64 mg EAG.100g-1) e a presença de cafeína (101,40 ± 1,10 mg.100g-1). As análises de carboidratos, fibras e minerais demonstraram um baixo teor nutricional para esse extrato, onde somente o mineral potássio teve destaque com um teor de 41,80 ± 1,42 mg.100g-1. Os resultados obtidos neste trabalho demonstraram a viabilidade do extrato produzido em escala piloto, sem a utilização de solvente e que pode ser utilizado em produtos alimentícios ou cosméticos.
Conclusão
Os resultados obtidos, demonstram a viabilidade do extrato produzido em escala piloto que pode ser utilizado em produtos alimentícios ou cosméticos.
Área
Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos
Autores
NICOLAS DANIEL DE CAMPOS MENDES, FABIOLA GUIRAU PARRA TOTI, VALDECIR LUCCAS, GISELE ANNE CAMARGO