Dados do Trabalho


Título

POTENCIAL ANTIMICROBIANO DE MEL COLETADO EM COLÔNIAS DE Melipona quadrifasciata EM FLORIANÓPOLIS E SANTA ROSA DE LIMA (SC)

Introdução

O mel é um produto alimentício elaborado pelas abelhas, que tem origem do néctar das flores ou das secreções de partes vivas das plantas. Além de ser uma fonte de glicose, frutose e sais minerais, possui propriedades antimicrobianas, sendo alternativa na prevenção de Doenças Transmitidas por Alimentos. Neste trabalho, foi avaliado o potencial antimicrobiano de amostras de mel, coletados em colônias de abelhas Melipona quadrifasciata, em Florianópolis e Santa Rosa de Lima (SC).

Material e Métodos

Foram realizados testes de difusão em ágar e microdiluição em placa para avaliar o potencial antimicrobiano, determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e a Concentração Bactericida Mínima (CBM) para Bacillus cereus, Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Salmonella Typhimurium, Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans.

Resultados e Discussão

O mel coletado em Florianópolis, não apresentou potencial antimicrobiano, pelo método de difusão em ágar, para os micro-organismos estudados. O proveniente de Santa Rosa de Lima apresentou potencial antimicrobiano para E. coli e S. aureus (1,3 g/mL) e P. aeruginosa (0,650 g/mL). Pelo método de microdiluição, ambas as amostras apresentaram efeito bacteriostático, sendo em ordem crescente sensibilidade determinada pela CIM, para P. aeruginosa (0,003 g/mL), E. coli, S. aureus (0,012 g/mL), C. albicans, S. Typhimurium (0,039 g/mL) e L. monocytogenes (0,406 g/mL). O crescimento de B. cereus não foi inibido nos métodos testados. O efeito bactericida também não se mostrou dependente da origem geográfica, determinado pela CMB para P. aeruginosa (0,126 g/mL), E. coli, S. aureus, S. Typhimurium (0,406 g/mL). L. monocytogenes só foi eliminada pela amostra proveniente de Santa Rosa de Lima (0,406 g/mL). B. cereus e C. albicans continuaram viáveis nas concentrações testadas.

Conclusão

Este estudo amplia o conhecimento sobre as propriedades antimicrobianas do mel de abelhas sem ferrão, ressaltando sua relevância como um produto diferenciado oriundo de espécies nativas da apifauna brasileira. Contribui ainda para a valorização das abelhas nativas, que desempenham o serviço ecossistêmico da polinização, essencial para a manutenção de espécies da flora nativa e na produção de alimentos.

Área

Toxicologia e microbiologia de alimentos

Instituições

UFSC - Santa Catarina - Brasil

Autores

DEISE HELENA BAGGIO RIBEIRO, Ana Gabriela Bohn, Márcia Regina Faita, Tatiana de Mello Damasco, Larissa Müller