Dados do Trabalho
Título
MUDANÇAS NA UTILIZAÇÃO DE EDULCORANTES EM BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS DIETÉTICAS E DE BAIXA CALORIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
Introdução
A Resolução da Diretoria Colegiada nº778/2023 e a Instrução Normativa nº211/2023 determinam quais edulcorantes são autorizados para uso em alimentos e bebidas e seus respectivos limites máximos permitidos (LMP). O Decreto-Lei nº6.871/2009 estabelece que as bebidas dietéticas e de baixa caloria devem declarar a quantidade de edulcorantes
em mg/100mL. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de uso de edulcorantes em bebidas não alcoólicas, dietéticas e de baixa caloria, em dois períodos distintos.
Material e Métodos
Pesquisa longitudinal, descritiva, com coleta de dados dos rótulos de bebidas não alcoólicas dietéticas e de baixa caloria em supermercados de Belo Horizonte-MG e região metropolitana, em 2021 e em 2024
Resultados e Discussão
Foram coletados dados de 89 bebidas em 2021 e 50, em 2024, pertencentes às categorias bebida de fruta, chá, néctar, preparado sólido para refresco e refrigerante. Foi observado que 60,0% (n=30) não mudaram e 32,0% (n=16) mantiveram a combinação de edulcorantes, mas com alteração em seus teores. Quanto à modificação de combinações, 8,0% (n=4) das bebidas apresentaram mudanças, sendo a substituição de acesulfame K-sucralose por sucralose em bebidas de fruta; acesulfame K-aspartame para acesulfame K-sucralose em um refrigerante de guaraná; e de acesulfame K-sucralose por ciclamato-sacarina em uma bebida de fruta. O acesulfame K continua sendo o mais utilizado nessa categoria (78,7%;n=70 vs. 74,0%;n=37). Em 2024, os glicosídeos de esteviol foram empregados como único edulcorante em 4,1% (n=2) dos néctares, enquanto a sucralose foi utilizada em 4,1% (n=2) dos néctares e 2,0% (n=1) em refrigerante de cola. Em 2021 a combinação mais prevalente foi de sucralose e acesulfame K (33,7%;n=29). Em 2024, foi de aspartame, ciclamato, acesulfame K e sacarina (16,9%;n=15 vs. 30,0%;n=15), presente em preparado sólido para refresco, seguida por aspartame e acesulfame K (20%;n=10), em
preparado sólido para refresco e refrigerantes. Em ambas as coletas, o ciclamato de sódio chegou mais próximo do LMP (93,3%-70mg/100mL), destacando a necessidade de investigar a ingestão deste.
Conclusão
Os resultados demonstram que o perfil de uso de edulcorantes foi semelhante nos dois períodos, apesar das reformulações observadas. A continuidade desse tipo de monitoramento é importante e estudos para compreensão dos fatores que levaram às reformulações ainda são necessários.
Área
Aspectos regulatórios e inovações em embalagens de alimentos
Autores
CRISLEI GONCALVES PEREIRA, Sarah Morais Senna Prates, Bruna Souza Rocha, Thais Diniz Araújo, Caroline de Souza Pellegrini, ana Júlia Alvarenga Rios, Giovanna Luiza Silva Campos, Rosimeire Efigênia de Castro Moreira, Lucilene Rezende Anastácio, Flávia Beatriz Custódio