Dados do Trabalho
Título
ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO DE BAGAÇO DE UVA ENCAPSULADO EM FIBRAS PROTEÍCAS POR ELECTROSPINNING
Introdução
A uva é uma fruta cultivada ao redor do mundo. A produção anual de vinho tinto a partir dessa fruta gera milhões de toneladas de resíduo, o bagaço de uva. Esse resíduo possui compostos bioativos, como fenólicos e antocianinas, com atividades biológicas de interesse, apresentando potencial para ser reaproveitado como fonte alternativa de compostos para aplicações nas indústrias cosmética, farmacêutica e de alimentos. Todavia, essas substâncias são sensíveis a fatores ambientais adversos, como luminosidade e calor, o que pode resultar em degradação e perda da atividade biológica. O uso de tecnologias de encapsulação permite proteger os compostos encapsulados e suas funções biológicas. Nesse contexto, esse trabalho objetivou produzir um extrato rico em antocianinas a partir de bagaço de uva e encapsulá-lo em fibras proteicas.
Material e Métodos
O extrato liofilizado foi obtido a partir do bagaço de uvas Bordô (Vitis labrusca), cultivadas em Morro Redondo/Brasil. Utilizou-se uma estação de electrospinning para produzir fibras ultrafinas a partir de zeína (30% m/v, em etanol 80%) e duas diferentes concentrações de extrato de bagaço de uva (0 e 15% m/m, em peso de zeína). A atividade anti-inflamatória in vitro frente a desnaturação de proteínas foi realizada por método espectrofotométrico, utilizando albumina de ovo de galinha e o medicamento diclofenaco de potássio (como referência).
Resultados e Discussão
A atividade anti-inflamatória observada foi: 59,63; 62,05; 10,92 e 59,19% para o diclofenaco de potássio, o extrato de bagaço de uva livre e as fibras com 0 e 15% de extrato, respectivamente.
Conclusão
Não houve diferença significativa (p<0.05) entre os percentuais do medicamento, do extrato livre e das fibras com 15% de extrato. Esses dados indicam que o extrato tem potencial para atuar como anti-inflamatório, demonstrando ação similar à do medicamento reconhecido. O processo de encapsulação do extrato por electrospinning não afetou negativamente a atividade anti-inflamatória, além das fibras apresentarem a vantagem de proteger e preservar o extrato. Os dados elucidam que as fibras de zeína com extrato de bagaço de uva tem potencial para serem aplicadas como agente anti-inflamatório, por exemplo, em alimentos funcionais. Esta é uma opção sustentável para o reaproveitamento de resíduos agroindustriais e de materiais biodegradáveis provindos de fontes naturais.
Área
Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos
Instituições
Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
ESTEFANI TAVARES JANSEN, ELDER PACHECO DA CRUZ, MARJANA RADÜNZ, LAURA MARTINS FONSECA, ALVARO RENATO GUERRA DIAS, ELESSANDRA DA ROSA ZAVAREZE