Dados do Trabalho
Título
POTENCIAL ANTIFÚNGICO FRENTE A PENICILLIUM DIGITATUM DE CÁPSULAS DE AMIDO-OSA E ÓLEOS ESSENCIAIS DE CRAVO E TOMILHO BRANCO
Introdução
Na cadeia de citros são estimadas perdas de até 90% por contaminação com Penicillium digitatum, agente causador do "mofo verde". Atualmente, o controle desta doença fúngica é realizada pela aplicação de agentes químicos; entretanto, o uso extensivo e de longo prazo desses, aumentou a resistência dos fungos patogênicos, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde humana. Neste sentido, estudos têm explorado o potencial uso de óleos essenciais (OEs) como alternativa às medidas de controle químico devido à sua segurança e eficiência, além de suas propriedades bioativas. Porém a aplicação direta de OEs em sistemas alimentares pode acarretar em interferências negativas em aroma ou sabor do produto. A encapsulação destes OEs propicia proteção frente a agentes externos de degradação e possibilita minimizar possíveis interferências negativas em alimentos. Deste modo, o objetivo deste estudo foi desenvolver microcápsulas à base de amido-OSA contendo óleo essencial de cravo (OEC) e óleo essencial de tomilho branco (OETB) em diferentes concentrações (2, 3 e 4%).
Material e Métodos
As microcápsulas foram produzidas por electrospraying e avaliadas quanto à morfologia, distribuição de tamanho, capacidade de cargamento, propriedades térmicas, grupos funcionais e atividade antifúngica contra P. digitatum, analisada por microatmosfera e difusão em ágar.
Resultados e Discussão
As microcápsulas apresentaram formato esférico e uniforme, com capacidade de carregamento variando de 69 a 83%. A interação molecular entre os OEs e o material de parede foi verificada pela análise dos grupos funcionais. As propriedades termogravimétricas demonstraram que o amido-OSA é um polissacarídeo eficiente como material de parede para encapsular os OEs, pois foi capaz de proteger seus compostos voláteis e retardar sua degradação. As microcápsulas de amido-OSA adicionadas de OEC e OETB (4%) destacaram-se por apresentarem os maiores halos de inibição do crescimento micelial de P. digitatum. Em geral, o mecanismo de ação antifúngica dos OEs está relacionado à capacidade desses compostos de penetrar a membrana e romper a estrutura celular fúngica, alterando a permeabilidade em toda a membrana plasmática e interferindo na síntese de ATP, desnaturando proteínas e causando danos irreparáveis à célula.
Conclusão
Cápsulas de amido-OSA adicionadas de OEC e OETB demonstram potencial como agente antifúngico contra o fungo P. digitatum.
Área
Processos e tecnologias emergentes
Autores
ALVARO RENATO GUERRA DIAS, ESTEFANIA JÚLIA DIERINGS SOUZA, DIANINI HÜTTNER KRINGEL, TATIANE JÉSSICA SIEBENEICHLER, LAURA MARTINS FONSECA, CÉSAR VALMOR ROMBALDI, ELIEZER AVILA GANDRA, ELESSANDRA DA ROSA ZAVAREZE