Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DE RESÍDUO PESQUEIRO PARA OBTENÇÃO DE GELATINA

Introdução

No Brasil a indústria pesqueira se destaca entre várias atividades econômicas por seu impacto significativo ao meio ambiente, principalmente devido à grande quantidade de resíduos gerados. O aumento da produção pesqueira e do volume do pescado processado, tornou-se incompatível com a necessidade da sustentabilidade almejada mundialmente. Uma alternativa para minimizar esta problemática é a utilização destes resíduos como matéria prima para extração de gelatina, contribuindo assim para redução dos impactos ambientais. O objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades físico-químicas e microbiológicas da pele de Acará-Açu (Astronotus ocellatus) e a qualidade da gelatina extraída.

Material e Métodos

As peles foram coletadas no mercado do Ver-o-Peso em Belém/PA, posteriormente lavadas e sanitizadas. Foram realizadas análises físico-químicas e microbiológicas conforme legislação vigente, para verificar se a matéria-prima estava em condições adequadas para utilização. Para extração a pele foi inicialmente submersa em solução de NaCl 0,6M por 15 min, NaOH a 0,3 M por 15 min e ácido acético (C2H4O2) a 0,02 M por 60 min. As peles foram colocadas em Erlenmeyer contendo 200 ml de água e aquecido em banho-maria a 60ºC por 9 h. A gelatina obtida foi colocada em bandeja de alumínio e secas em estufa a 50ºC por 14 h. Foram realizadas análises de rendimento, ponto de fusão, força do gel e microbiológicas na gelatina.

Resultados e Discussão

Os resultados obtidos para pele foi 71,47% de umidade, 2,21% de lipídeos, 95,52% de proteínas e 0,37% para cinzas. Os resultados microbiológicos para pele obtido foram <1,0x101 UFC/g para Staphylococcus, ausente para Salmonella, 4,3x103UFC/g para bactérias mesófilas, >1100 NMP/g para coliformes totais e termotolerantes e 1,0x102 UFC/g estimativa para bolores e leveduras. A gelatina apresentou qualidade para elaboração de produtos, obtendo 26,5% de rendimento, 32,4ºC de ponto de fusão e 564 gramas de força do gel. Os resultados obtidos foram <1x101 UFC/g para Staphylococcus, ausente para Salmonella, 2,1x102UFC/g para bactérias mesófilas, <3NMP/g para coliformes totais e termotolerantes e 6,0x101UFC/g estimativa para bolores e leveduras, todos conforme os critérios microbiológicos definidos pela legislação.

Conclusão

O estudo comprovou a viabilidade da utilização da pele de peixe Acará-Açu para extração de gelatina, agregando valor ao resíduo e minimizando os impactos ambientais.

Área

Processos biotecnológicos para produção de alimentos e bioinsumos

Autores

NATASHA PONTE TABOSA, GABRIELA RIBEIRO LIMA, CECÍLIA TAVARES E SILVA, ANA CAROLINE PEREIRA DA SILVA, JHULLY HELLEN COUTINHO DA SILVA OLIVEIRA, EMILY XAVIER CARNEIRO, ELEDA MARIA PAIXÃO XAVIER NEVES, LÚCIA DE FÁTIMA HENRIQUES LOURENÇO