Dados do Trabalho


Título

O USO DE EMBALAGENS COM ATMOSFERAS MODIFICADAS NA CONSERVAÇÃO DE MOLUSCOS BIVALVES VIVOS: UMA REVISÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Introdução

Os moluscos bivalves (MB) são ricos em proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, mas têm vida útil limitada por serem filtradores. Com 95% da produção no Brasil, Santa Catarina enfrenta desafios na distribuição devido à necessidade de transporte rápido e refrigerado, dificultando o acesso especialmente em regiões afastadas. Essa pesquisa tem por objetivo revisar estudos sobre o uso de embalagens com atmosferas modificadas para conservar MB vivos.

Material e Métodos

Em abril de 2024, estudos científicos e patentes de várias bases de dados foram revisados, excluindo documentos duplicados ou irrelevantes.

Resultados e Discussão

Foram recuperados 1255 artigos científicos e 79 patentes, após seleção restou 12 artigos e 20 patentes. O primeiro artigo recuperado é datado de 2004, ocorrendo um aumento gradual nos anos subsequentes, sendo os anos de 2011 e 2019 com maior número de publicações (n=2). O baixo número de publicações pode estar relacionado com a dificuldade de obtenção da matéria prima e seu alto custo. Através da análise das palavras-chaves é possível identificar lacunas e tendências. As palavras-chave “atmosfera modificada” e a “espécie” de MB estudada foram as mais mencionadas (n=7), sendo mexilhão a espécie mais estudada (n=6). Outro parâmetro avaliado foi a filiação (instituição de ensino e/ou pesquisa), um total de seis instituições foram responsáveis pela publicação dos artigos científicos, sendo o principal o Instituto de Investigaciones Marinas, Vigo, Espanha (n=4). As composições de gases utilizadas nos estudos eram ternárias composta por O2, CO2 e N2 (n=3) e/ou binárias O2 e N2 (n=2) ou somente O2 (n=8), variando a concentração de 20% a 100%. A primeira patente publicada abordando a preservação de MB vivos foi em 1968, sendo que até o ano 1999 haviam sido publicadas 7 patentes, entre os anos 2000-2023 foram publicadas 13 patentes. A Espanha lidera o ranking dos países detentores de patentes, com 7 patentes, seguindo do Japão (n=4) e USA (n=3). Apesar do Brasil ocupar a 16° posição mundial e a segunda posição na América do Sul na produção de MB, não há registro patente ou artigo científico sobre o tema.

Conclusão

Portanto, ainda existe uma grande lacuna de conhecimentos para estudos com MB vivos em atmosferas modificadas.

Área

Processos e tecnologias emergentes

Autores

FABIELE BERNARDI, Giustino Tribuzi