Dados do Trabalho


Título

COMPARAÇÃO METODOLÓGICA PARA DETECÇÃO DE NOROVÍRUS EM LEITE E QUEIJO

Introdução

Dentre os vírus de importância sanitária os Norovírus são reconhecidos como os principais causadores de surtos alimentares. A recuperação de vírus entéricos em matrizes lácteas representa um grande desafio para o diagnóstico viral, pois exige métodos para concentração e posteriormente detecção das partículas em questão usando cultura celular ou métodos baseados na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) precedidos por transcrição reversa (RT) para vírus de genoma RNA.

Material e Métodos

Nesse trabalho foram testados protocolos para detecção viral em leite e queijo usando Norovírus Murino (MNV) como controle inoculado. Para queijo mussarela dois protocolos foram testados, (i) polietilenoglicol (PEG) e (ii) trisHCl, glicina e beef extract (TGBE). Os concentrados virais foram submetidos à extração de material genético pelo método de beads magnéticas (Kit RNAdvanceViral XP BeckmanCoulter). Para detecção de vírus em leite, cinco métodos de concentração foram empregados: PEG, TGBE, floculação orgânica, proteinase K e concentração viral usando beads magnéticas diretamente (BeckmanCoulter). Os eluatos obtidos dos leites concentrados foram usados para extração de material genético usando beads magnéticas. Em adição testou-se a extração de material genético viral diretamente do leite após a dição de MNV, sem haver método de concentração e usando-se sílica (Invitrogen PureLink Viral DNA\RNA MiniKit) e beads magnéticas. Para queijo não foram testados protocolos de extração viral direta em função de se tratar de uma amostra sólida e rica em gordura.

Resultados e Discussão

Em queijo o uso de PEG e TGBE propiciou a recuperação de 3,85% e 0,51% cópias genômicas virais por grama (CG/g) de MNV em RT-qPCR, respectivamente. Em leite, a extração direta com sílica recuperou 93,87% CG/mL de MNV. Dos leites previamente concentrados, a melhor recuperações ocorreu na presença de “proteinase K” seguido de extração por beads magnéticas, sendo possível recuperar 1,25% CG/mL de MNV. Os demais protocolos virais não recuperaram mais do que 1% dos vírus adicionados em leite.

Conclusão

Conclui-se que para detecção de Norovírus em queijo o método de PEG seguido por extração de material genético viral RT-qPCR foi o mais apropriado; Para leite recomenda-se a extração direta do material genético viral usando sílica para posterior detecção molecular por RT-qPCR.

Área

Validação de métodos para análise de alimentos

Instituições

Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

LUCAS ZANCHETTA, Rafael Cadamuro, Beatriz Savi, Leonardo Pessi, Giulia Pilati, Catielen Pavi, Yasmin Hoffmann, Mariana Elois, Gislaine Fongaro