Dados do Trabalho
Título
COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS NA CASCA DE PEQUI (Caryocar Brasiliense): IMPACTO DA SECAGEM E EXTRAÇÃO
Introdução
: O pequi (Caryocar brasiliense) é uma fruta tropical muito valorizada no Brasil. Além da polpa, a casca do pequi contém compostos bioativos com propriedades antioxidantes e antimicrobianas que podem proteger a saúde humana contra o estresse oxidativo e agentes patogênicos. No entanto, os efeitos dos diferentes métodos de secagem e extração sobre os compostos orgânicos voláteis (COVs) presentes na casca ainda não são completamente compreendidos. Este estudo visa investigar o perfil dos COVs na casca do pequi em seu estado natural e após processos de secagem e extração.
Material e Métodos
As amostras de pequi foram adquiridas no Ceasa Goiás e submetidas a procedimentos de sanitização, descasque e seleção. As cascas foram desidratadas em estufa a 70°C por 24 horas (umidade de 6%) e moídas em um moinho de facas com peneira de 1 mm. O produto resultante foi extraído com etanol 70% v/v, assistido por ultrassom por 1 hora. Os extratos foram centrifugados a 6.000 rpm por 15 minutos e destilados sob pressão reduzida. As amostras de casca in natura, casca desidratada e extratos foram analisadas por cromatografia gasosa usando o cromatógrafo Shimadzu Nexis GC2030, acoplado a um espectrômetro de massas.
Resultados e Discussão
Os resultados das análises cromatográficas revelaram diferenças significativas nos perfis de COVs nas diferentes etapas de processamento do pequi. A casca in natura apresentou compostos característicos, como 3-penten-2-ona (41,50%), ácido hexanoico, éster etílico (1,18%) e furfural (15,10%). Já a casca desidratada e moída mostrou maior presença de ésteres de ácidos butanoico e hexanoico, como ácido butanoico, éster etílico (10,64%) e ácido hexanoico, éster etílico (26,71%). Isso sugere que a desidratação e a moagem podem liberar ou transformar compostos presentes naturalmente na casca. Os extratos de pequi apresentaram alta concentração de etanol (97,88%), devido ao uso de etanol como solvente na extração. Outros compostos identificados incluem acetato de etila (0,14%) e 1-butanol, 3-metil- (1,52%), indicando perdas significativas e/ou possíveis transformações químicas durante o processamento.
Conclusão
Desta forma o estudo permitiu constatar que as operações de secagem, moagem e extração influenciam significativamente a composição de COVs na casca do pequi.
Área
Química, bioquímica e físico-química de alimentos
Instituições
UFG - Goiás - Brasil
Autores
JULIO CESAR COLIVET COLIVET BRICENO, Dennia Trindade, Julião Pereira, Tatianne Ferreira de Oliveira, Flavio Da Silva