Dados do Trabalho
Título
Cará-roxão (Dioscorea alata L.): diferenças das porções aérea e terrestre
Introdução
Os carás são tubérculos do gênero Dioscorea e podem ser encontrados nos países do Sul Global como alimentos base. O cará-roxão tem origem asiática e é muito bem adaptado ao bioma Floresta Amazônica, possuindo grande potencial alimentício devido principalmente a sua cor, que indica a presença de compostos antioxidantes. Esse cará diferencia-se das outras espécies por apresentar uma porção aérea (bulbo = RB) e outra terrestre (rizoma = RR), ambas podem ser aproveitadas para a alimentação humana.
Material e Métodos
Considerando o melhor sistema de cultivo para o cará-roxão, selecionou-se carás cultivados no IFAM-CZL em sistema de espaldeiras a céu aberto, pois apresentou maiores rendimentos e cor mais intensa. Inicialmente foram realizadas avaliações físicas dos tubérculos in natura, sendo elas: dimensão transversal, volume específico e umidade. Em seguida seus amidos (aéreo = AA e rizoma = AR) foram extraídos com água (proporção 1:3 e decantação até sobrenadante límpido) e analisados em microscopia óptica de varredura (MEV) e quanto às propriedades térmicas em Differential Scanning Calorimeter (DSC). As amostras foram analisadas estatisticamente pelo teste F (p > 0,05)
Resultados e Discussão
Com relação ao tamanho RB apresenta tubérculos menores (65 ± 13 mm) frente a RR (508 ± 46 mm). Não houve diferença significativa entre os volumes específicos e umidade (0,9 mL/g e 78% respectivamente). Na observação do MEV nota-se que não houve diferença significativa entre tamanho de diâmetro axial (AA = 17 ± 7 e AR = 18 ± 5 µm), prevalecendo o formato poligonal e superfície lisa e através do DSC, AR apresentou maior temperatura de pico de gelatinização (76ºC).
Conclusão
As diferenças são aplicadas pela porção da planta que se encontram, sendo que o aéreo desenvolve-se nos caules. Resultados indicam ambos são importantes fontes de amido. Os amidos deve ser melhor avaliados para a indicação de aplicações alimentícias, porém a porção terrestre já mostra um melhor potencial de espessamento e estabilidade na retrogradação. O aproveitamento de carás na forma de amido é uma forma de preservação do alimento e uso como ingredientes incentiva sua produção e comércio local.
Área
Alimentos não convencionais: fontes alternativas
Instituições
Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil
Autores
GUSTAVO COSTA DO NASCIMENTO, Domingos Rodrigues Barros, Maria Beatriz Ribeiro, Maria Teresa Pedrosa Silva Clerici