Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE COMPOSTOS VOLÁTEIS DO CAMBUCI (Campomanesia phaea)

Introdução

A Campomanesia phaea popularmente conhecida como Cambuci, é uma fruta pouco difundida, sendo considerada PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). Esta fruta possui uma riqueza aromática que lhe traz uma fragrância única e ainda pouco explorada. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os compostos aromáticos presentes nos frutos de cambuci.

Material e Métodos

Os materiais foram analisados em cromatógrafo gasoso (Shimadzu Nexis GC2030) acoplado ao espectrômetro de massas, equipado com coluna SH-Rxi-5Sil MS (30 m x 250 µm, 0.25 µm). O espectrômetro operou em modo scan registrando íons na faixa de 20 a 400 m/z com tempo scan de 150 ms e foram comparados com os compostos de referência da biblioteca NIST 17.

Resultados e Discussão

Foram identificados 52 compostos, a maioria deles pertencente a classe dos terpenos (38,46% de sequiterpenos e 21,15% de monoterpenos), seguido dos aldeídos (11,54%) e dos hidrocarbonetos (hidrocarbonetos aromáticos: 7,69% e hidrocarbonetos cíclicos: 1,92%). O composto z-3,7-dimetiloctatrieno foi responsável por 17,82% da área total dos compostos, seguido do α-pineno (15,42%) e do d-limonene (14,26%), corroborando para aromas fresco/cítrico, pinho/cedro e cítrico.

Conclusão

Além do cambuci, outros membros da família Myrtaceae, como a uvaia (Eugenia pyriformis) e a pitanga (Eugenia uniflora), já foram identificados e também se destacam por sua diversidade aromática. A grande quantidade de terpenos encontrados no cambuci chama atenção e é relevante pelas propriedades medicinais e aromáticas que eles possuem. Essa classe vem sendo pesquisada por suas prováveis atividades anti-inflamatórias, antioxidantes, antimicrobianas, antivirais, antitumorais e neuroprotetoras. O limoneno, composto encontrado no cambuci, têm sido associado a propriedades ansiolíticas e relaxantes, sendo utilizados para redução de estresse. O número de compostos destaca personalidade sensorial desta fruta. Ademais esse resultado reforça o potencial promissor do fruto para aplicações por indústrias alimentícias, farmacêuticas e cosmética.

Área

Alimentos não convencionais: fontes alternativas

Instituições

Universidade Federal da Bahia - Bahia - Brasil, Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

ANDREA ALVES SEIXAS LIMA, Kelly Lima Teixeira, Bruna Melo Miranda, Deborah Murowaniecki Otero