Dados do Trabalho
Título
PRÉ-TRATAMENTO ENZIMÁTICO DO FARELO DE ARROZ DESENGORDURADO E SEU EFEITO NA RECUPERAÇÃO DE PROTEÍNAS
Introdução
Associada à crescente demanda por proteínas de origem vegetal, têm surgido
estudos para melhora da recuperação e qualidade de concentrados proteicos. Assim, a
ruptura da parede celular tem sido uma estratégia para facilitar a recuperação das
proteínas de matrizes lignocelulósicas. Para este fim a aplicação de enzimas celulolíticas
tem se mostrado promissora, uma vez que auxiliam na quebra das ligações de celulose,
hemicelulose e pectina presentes em matrizes lignocelulósicas, como o farelo de arroz.
As proteínas provenientes do farelo de arroz são hipoalergênicas e possuem propriedades
funcionais promissoras para serem utilizadas em produtos alimentícios, como
suplementação básica ou como parte de formulações. Este estudo teve como objetivo
avaliar o papel do pré-tratamento enzimático do farelo de arroz no rendimento de
concentrados proteicos obtidos por precipitação isoelétrica das proteínas.
Material e Métodos
As amostras de
farelo de arroz desengordurado (FAD) foram hidrolisadas com a enzima Celluclast®
1.5L, sob condições de hidrólise previamente estudadas (agitador orbital a 40 °C, por 65
min a 196 rpm) e secas a 55 °C em estufa. O farelo hidrolisado foi previamente lavado
com água para retirada de interferentes e em seguida as proteínas foram solubilizadas com
NaOH (1M pH 9,5) e precipitadas no ponto isoelétrico da proteína com HCl (1M pH 4,2).
O concentrado proteico hidrolisado (CFADH) e controle (CFAD) foram secos em estufa
a 50 °C. O conteúdo proteico foi determinado pelo método de Kjeldahl e estimado pelo
fator de conversão de N 5,95 e o rendimento proteico em massa calculado pela razão entre
a massa proteica no concentrado e a massa inicial da amostra (FAD), convertida em
porcentagem de rendimento. Os efeitos do tratamento na digestibilidade proteica dos
concentrados estão sendo determinados.
Resultados e Discussão
O teor proteico das amostras hidrolisadas
(CFADH) foi de 65,3% e para a amostra controle (CFAD) foi de 56,8% e seus
rendimentos 30% e 65%, respectivamente. O emprego da hidrólise celulolítica no farelo
de arroz desengordurado promoveu um aumento de 8,5% no conteúdo proteico, porém
uma diminuição na recuperação.
Conclusão
Assim, mais estudos de hidrólise enzimática assistida
por técnicas físicas como ultrassom e campo magnético estão sendo conduzidos para
melhorar a recuperação proteica.
Área
Processos e tecnologias emergentes
Autores
CAROLINE DE ALMEIDA SENNA, MARIANNA VEIGA CRUZ, SIMONE SANTOS SOARES, LARINE KUPSKI KUPSKI, ELIANA BADIALE FURLONG