Dados do Trabalho


Título

POTENCIAL ANTIOXIDANTE NAS FRAÇÕES BIOACESSÍVEIS DE RESÍDUOS DO ABACAXI (ANANAS COMOSUS) APÓS A SIMULAÇÃO GASTROINTESTINAL

Introdução

O abacaxi é uma fruta tropical rica em compostos fenólicos e apreciada por suas características nutricionais e sensoriais. Contudo, até 50% do peso total do abacaxi são resíduos de sua produção, voltada principalmente para a fabricação de sucos e geleias. Isto tem despertado interesse em aplicabilidades para seus resíduos como fontes de fenólicos bioativos.

Material e Métodos

Este estudo analisou o potencial antioxidante e o índice de bioacessibilidade (IB) de fenólicos da casca, coroa e talo do abacaxi após o processo de digestão in vitro. Para análise da atividade antioxidante, extratos (5 g) da casca, coroa e talo foram preparados com 20 mL de água destilada a 40℃ por 30 min. Amostras dos resíduos in natura (5 g) foram submetidas à digestão in vitro. A atividade antioxidante (AA) foi determinada pelo método ABTS e a capacidade redutora (CR) pelo método de Folin-Ciocalteu, como estimativas do conteúdo de fenólicos.

Resultados e Discussão

A atividade antioxidante da casca variou de 1,12 (fase oral) a 4,42 (extrato) µmol TEAC/g, enquanto que a capacidade redutora variou entre 0,98 (fase oral) e 4,27 (extrato) mg GAE/g. Para o talo, os valores de AA e CR variaram de 0,87 (fase oral) a 3,39 (fase intestinal) µmol TEAC/g e de 0,42 (fase oral) a 4,56 (extrato) mg GAE/g, respectivamente. Para a coroa, a AA variou de 1,27 (fase oral) a 4,87 (fase intestinal) µmol TEAC/g, enquanto a CR variou de 0,83 (fase oral) a 4,22 (extrato) mg GAE/g.

Conclusão

No geral, os extratos apresentaram maior potencial antioxidante em relação às frações bioacessíveis. Os menores valores de AA e CR foram observados na fase oral, provavelmente pelo menor tempo de contato da amostra sólida com a enzima α-amilase. Na fase intestinal, foi observado maior AA nas frações bioacessíveis do talo (3,39 µmol TEAC/g) e coroa (4,87 µmol TEAC∕g), devido ao maior tempo de contato das amostras com as enzimas α-amilase, pepsina e pancreatina ao longo do processo de digestão. O índice de bioacessibilidade mais alto (146%) foi obtido para os antioxidantes do talo e da coroa. Os principais resíduos do abacaxi apresentaram expressivo potencial antioxidante, sugerindo aplicação no enriquecimento bioativo de outros produtos alimentícios.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

ISABELA MAIA TOALDO FEDRIGO, SOFIA MAJOLO ROMÁN, MARIA DEYONARA LIMA DA SILVA, BRUNA ITO REIMÃO, ANA CAROLINA MAISONNAVE ARISI