Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DA CASCA DE UMBU

Introdução

O umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda Câmara), uma árvore endêmica da região semiárida brasileira, pertence ao bioma Caatinga e possui grande importância socioeconômica, cultural e ecológica para a população dessa região. Seu fruto, o umbu, geralmente é consumido fresco ou na forma de sucos, sorvete, geleias e polpa congelada. Contudo, o processamento desse fruto para produção desses alimentos gera grande quantidade de resíduos agroindustriais, como a casca, que geralmente são descartados, porém, contêm constituintes nutritivos, podendo ser aproveitados na elaboração de novos produtos. Para isso, é necessário estudar as suas características e seu potencial tóxico. Assim, objetiva-se caracterizar físico-quimicamente a casca de umbu e avaliar sua possível toxicidade.

Material e Métodos

Foram analisados os teores de proteína e umidade, o pH, a acidez titulável em ácido cítrico, os parâmetros colorimétricos e a toxicidade preliminar utilizando o bioensaio da Artemia salina das cascas de umbu provenientes do norte de Minas Gerais. No teste de toxicidade, o extrato aquoso da casca de umbu foi preparado nas concentrações de 0,00125 a 12,5 µg/mL e após 24 h de contato dos naúplios com as amostras, foi realizada a contagem dos sobreviventes.

Resultados e Discussão

As cascas de umbu apresentaram 0,84% de proteína (4,79% em base seca); 82,28% de umidade; pH 2,66; 1,32% de acidez em ácido cítrico; e os parâmetros colorimétricos foram: luminosidade de 48,09; tonalidade de 85,46° e croma de 28,28. Pela análise de toxicidade, a dose letal 50 (DL 50) foi de 19,38 µg/mL.

Conclusão

De acordo com os resultados obtidos, as cascas são ácidas, com tonalidade amarela de baixa intensidade, apresentam alta umidade e podem ser consideradas tóxicas. Contudo, essa toxicidade pode ser indicativo de atividade biológica como antimicrobiana, moluscicida, parasiticida e virucida. Conclui-se que a casca de umbu tem potencial para ser avaliado como um ingrediente bioativo em formulações voltadas para o tratamento de doenças microbianas ou parasitárias, favorecendo a sustentabilidade e minimizando a geração de resíduos e o desperdício.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Instituições

Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil, Universidade Federal de São João del-Rei - Minas Gerais - Brasil

Autores

VIVIANE DIAS MEDEIROS SILVA, Ana Luiza Coeli Cruz Ramos, Gabriella Roberta Silva Oliveira, Gabriela Lorrane Moreira Oliveira, Milene da Costa Reis, Raquel Linhares Bello de Araújo, Júlio Onésio Ferreira Melo