Dados do Trabalho


Título

Avaliação das propriedades superficiais de proteína do leite tratada por plasma

Introdução

O uso de tratamentos térmicos para esterilização de alimentos é uma técnica amplamente utilizada nas indústrias e que perdura por muito tempo. Apesar do sucesso do mesmo em eliminar os microrganismos presentes, o uso desse tipo de processo pode causar alterações não desejadas no alimento em questão, como a oxidação de lipídeos e o escurecimento enzimático. O plasma frio é uma alternativa que utiliza gás ionizado para tratar o alimento, deixando o mesmo livre de microrganismos, porém os efeitos desse processo na estrutura e nos componentes nutricionais do alimento ainda são em grande parte desconhecidos.

Material e Métodos

O objetivo dessa pesquisa foi analisar o efeito do plasma a frio na modificação de proteínas do soro de leite. Foi aplicado o plasma variando os seguintes parâmetros: frequência de excitação (50, 500, 950 Hz), voltagem (10, 15, 20 kV) e tempo (10, 15, 20 minutos). A solubilidade da proteínas tratadas foi caracterizada pelo método de Bradford, quantificando a proteína na fase solúvel. Foi realizado estudo de interação molecular proteínas-curcumina pela técnica de supressão de fluorescência.

Resultados e Discussão

A utilização do plasma implicou em alterações na conformação e na estrutura da proteína, onde o Ksv (Constante Stern-Volmer) reduziu com o aumento da frequência e do tempo de tratamento. Essa redução pode ter sido causada pela quebra e pelo desenovelamento da estrutura da proteína submetida ao plasma, implicando em uma menor capacidade da mesma em interagir com um composto ativo como a curcumina. Com relação ao n (Número de sítios de ligação) e a solubilidade, os valores também reduziram, porém ambos foram afetados pelo aumento da voltagem e da frequência. Essa alteração pode ter sido causada por uma mudança relativa na estrutura da proteína e uma diminuição na tendência de ligação do supressor, ambas causadas pela desnaturação proteica. Com isso houve uma maior propensão dessas proteínas em se aglutinarem a medida do aumento das condições nos testes. Alterações na superfície da molécula também aconteceram, impedindo que o supressor ocupe sítios, prejudicando assim a interação supressor-fluoróforo.

Conclusão

Conclui-se que o plasma frio é uma alternativa interessante e viável do ponto de vista microbiológico, mas que deve ser usado com a devida moderação, pois altera significativamente algumas propriedades das proteínas.

Área

Processos e tecnologias emergentes

Instituições

UFV - Minas Gerais - Brasil

Autores

GABRIEL OLIVEIRA HORTA, LAURA PEREIRA, RAFAEL SILVA COUTO LOPES, BRENO RODRIGUES SOUZA, PAULA ZAMBE AZEVEDO, SUELI RODRIGUES, Fabiano ANDRÉ NARCISO FERNANDES, PAULO CESÁR STRINGHETA, EVANDRO MARTINS, PEDRO HENRIQUE CAMPELO