Dados do Trabalho


Título

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE LINGUIÇAS DE FRANGO DO TIPO FRESCAL ADICIONADAS DE MOELA EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES

Introdução

A linguiça frescal é um embutido cárneo curado, não cozido, com prazo de validade limitado e favorável ao desenvolvimento de microrganismos patogênicos e deteriorantes. Por ser fonte de proteínas, vitaminas e minerais, a moela de frango se torna uma opção alternativa para consumo destes nutrientes, além de ser um alimento de fácil
acesso do ponto de vista econômico.

Material e Métodos

Este estudo objetivou avaliar a qualidade microbiológica de linguiças frescais de frango com diferentes concentrações de moela. As matérias-primas foram coletadas no comércio local da cidade de Limoeiro do Norte – Ceará em caixas isotérmicas e transportadas imediatamente para o Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal do Ceará desta cidade. Foram avaliadas cinco formulações de linguiças com diferentes percentuais de moela, identificadas como F1
(marca industrializada), F2 (0%), F3 (10%), F4 (20%) e F5 (30%). Os parâmetros microbiológicos avaliados foram Escherichia coli, Salmonella spp. e contagem de aeróbios mesófilos, conforme preconizado pela RDC nº 724/2022 que dispõe sobre os padrões microbiológicos dos alimentos e sua aplicação

Resultados e Discussão

Quanto ao parâmetro Escherichia coli, F1 apresentou 3 NMP/g, F2 apresentou 4,6 x 10² NMP/g, F3 apresentou 3,6 x 10 NMP/g, F4 apresentou 1,6 x 10² NMP/g e F5 apresentou 1,5 x 10 NMP/g. Para Salmonella spp. somente a F5 detectou a presença deste microrganismo. A contagem de aeróbios mesófilos nas formulações F1, F2, F3, F4 e F5 foram: 7,2 x 10²; 2 x 10^5; 8,4 x 10^4 e 4,4 x 10^5 e 6,5 x 10^6 UFC/g, respectivamente. Embora Escherichia coli e aeróbios mesófilos tenham sido quantificados em todas as formulações, apenas F5 apresentou contagem superior a 10^6 para aeróbios mesófilos, limite estabelecido pela IN 161/2022 para amostra indicativa, o que torna F5 como insatisfatória. Para afirmar a aprovação ou reprovação de F5 quanto à detecção de Salmonella spp. faz-se necessária sua tipificação. Por fim, a detecção destes microrganismos na amostra F5, formulação com maior percentual de moela, possibilita levantar suspeitas referente à qualidade desta matéria-prima em específico. Conclui-se que apenas a formulação F5 encontrou-se inapropriada para consumo.

Conclusão

Embora tenham sido quantificados Escherichia coli e aeróbios mesófilos em todas as formulações de linguiças, F1 e F3 encontraram-se dentro dos padrões microbiológicos estabelecidos pela legislação. F2, F4 e F5 apresentaram contagens de aeróbios mesófilos superiores ao estabelecido pela legislação para considerar a qualidade das amostras como aceitável. A formulação F5, cuja concentração de moela apresentou maior percentual, foi a única que detectou presença de Salmonella spp. em 25 g de amostra, o que possibilitou levantar suspeita referente à qualidade desta matéria-prima em específico, que será investigado posteriormente. Conclui-se que as formulações F2, F4 e F5 encontram-se inapropriadas para consumo de acordo com a legislação.

Área

Toxicologia e microbiologia de alimentos

Instituições

Instituto Federal do Ceará - IFCE - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

FRANCISCO JORGE NOGUEIRA DE MOURA, Marjorie Beatriz Vidal Maia, Francisca Andreza da Silva, Tatiane Augusto de Lima, Germana Conrado de Souza, Raquel Taynan Cunha Vieira, Luisa Kelbia Maia, Mayra Cristina Freitas Barbosa, Hyngrid Rannielly de Oliveira Gonsalves, Kelly de Fátima Nogueira Lima Silva