Dados do Trabalho


Título

MACARRÃO A BASE DE SORGO COM DUNALIELLA SALINA E SUBPRODUTOS DE PALMITO PUPUNHA E MANDIOCA

Introdução

O macarrão apresenta alto consumo pela população geral, mas a maioria das marcas disponíveis são calóricas, de baixo valor nutricional e alto custo. Este trabalho investigou a viabilidade de desenvolvimento de macarrão isento de gluten, com sorgo, cereal com valor nutricional superior às matérias-primas mais usadas nesses produtos, com diferentes proporções de farinhas de subprodutos do processamento de palmito pupunha e mandioca. Para incrementar o teor de carotenoides, antioxidantes e proteínas, utilizou-se a microalga Dunaliela salina, inserindo-a na formulação que apresentou maior teor de fibras.

Material e Métodos

As formulações tiveram a base fixa de amido de mandioca, psyllium, xantana e azeite de oliva, sendo: M1 = 27% sorgo, 2,5% palmito e 2,5% mandioca, M2 = 27% sorgo, 5% palmito e 2,5% mandioca, M3 = 27% sorgo, 2,5% palmito, 2,5% mandioca e 2% de D. salina. Após desidratação, foram avaliadas quanto a composição proximal, fenóis totais e antioxidantes por DPPH, carotenoides e propriedades tecnológicas. Para comparação, usou-se marca comercial de macarrão. As M2 e M3, após verificação de segurança microbiológica, foram submetidas à análise sensorial.

Resultados e Discussão

Os macarrões mostraram-se ricos em fibras, com ±19 g.100g-1, o comercial apresentou 2,75 g.100g-1. Quanto às proteínas, ficaram com metade do valor da comercial de farinha de trigo, sem impacto significativo da microalga, mas com 4,5 vezes mais minerais. Destacam-se os compostos fenólicos da M3 que foi 144,7 mEqAG.100g-1 e da comercial, 0,08 mEqAG.100g-1. Para carotenoides, M3 apresentou 36,61 µg.g-1 e a comercial 2,2 µg.g-1. A dureza das massas foram da ordem de 45 N, acima da comercial, com 21 N, devido às fibras. Os tempos de cozimento e perdas de sólidos, características importantes em macarrão, foram de 6 min e 26%, respectivamente, próximos do comercial, demonstrando estrutura típica do produto. Na análise sensorial não houve diferença significativa, com aceitação global de 6,39±1,56 para M2 e 5,97±2,10 para M3 (p<0,05). A aceitabilidade foi de 71% para M2 e de 66% para M3. A proposta se mostrou viável, sendo opção nutritiva e com potencial funcional. O uso dos subprodutos, do sorgo, e da microalga, que é produzida com menor impacto ambiental que proteínas convencionais, configuram-se numa proposta sustentável.

Conclusão

A proposta se mostrou viável, sendo uma opção nutritiva, com potencial funcional. Os subprodutos, o sorgo e a microalga, produzida com menor impacto ambiental que proteínas convencionais, configuram numa alternativa sustentável.

Área

Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos

Autores

ELIANE DALVA GODOY DANESI, ALINE NOFFKE OLIVEIRA, MARIANA ANDRADE SANTOS, Ellen Nunes MARÇAL, RENATA SANTOS DINNIES SALEM, ALINE GOHARA, JOÃO CARLOS MONTEIRO CARVALHO