Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS RESÍDUOS DO PEQUI DO SEMIÁRIDO MINEIRO

Introdução

O pequi (Caryocar brasiliense) é um fruto nativo do Cerrado, pertencente à família Caryocaraceae. Esse fruto é amplamente consumido e representa importante fonte de renda para a população local. A principal parte consumida do pequi é a polpa amarela (mesocarpo interno) que compreende o caroço ou pirênio, e em menor proporção, são as castanhas, que ficam no interior dos caroços. As demais frações (casca e mesocarpo externo) são consideradas resíduos ou subprodutos subutilizados e, geralmente, descartadas. Contudo, possuem constituintes nutritivos, tendo assim potencial uso para elaboração de alimentos para o consumo humano. Para tal finalidade, é necessário estudar suas características. Neste contexto, o objetivo desse estudo foi avaliar as características físico-químicas da casca e do mesocarpo externo.

Material e Métodos

Os resíduos de pequis provenientes do norte de Minas Gerais, região semiárida mineira, foram avaliados quanto aos teores de proteína e umidade, e aos valores de pH, luminosidade (L*), tonalidade (h°) e intensidade da cor (C*).

Resultados e Discussão

Os frutos apresentaram peso médio de 180 ± 21 g (n = 5), sendo que 69% desse peso correspondeu ao total de casca e mesocarpo externo. A casca e o mesocarpo externo do pequi apresentaram, respectivamente, 73,04 e 81,98% de umidade; 1,28 e 0,41% de proteína (4,74 e 2,27% em base seca); pH 4,03 e 4,28; e os parâmetros colorimétricos foram: L* = 35,19 e 70,42; h° = 89,22° e 87,09°; C* = 15,54 e 47,01. Os valores de pH e tonalidade da cor foram bem próximos entre as amostras estudadas das duas partes, sendo levemente ácidas e com tendência à coloração amarela. Pode-se considerar que o mesocarpo externo apresenta alto teor de água e tem coloração mais clara com tonalidade amarela de maior intensidade do que as cascas. Já a casca é mais proteica, com cor amarela acinzentada mais escura de baixa intensidade. A avaliação da cor é um indicativo da maturação e qualidade do vegetal, especialmente para o mesocarpo, que sofre escurecimento enzimático durante o armazenamento. Desta forma, sugere-se o processamento desses resíduos para a elaboração de novos ingredientes de alimentos, favorecendo a sustentabilidade e minimizando a geração de resíduos e o desperdício.

Conclusão

Os valores de pH e tonalidade da cor foram bem próximos entre as amostras estudadas das duas partes, sendo levemente ácidas e com tendência à coloração amarela. Pode-se considerar que o mesocarpo externo dos pequis apresenta alto teor de água e tem coloração mais clara com tonalidade amarela de maior intensidade do que as cascas. Já a casca é mais proteica, com cor amarela acinzentada mais escura de baixa intensidade. Desta forma, sugere-se o processamento da casca e do mesocarpo como farinhas com potencial uso como ingredientes na elaboração de alimentos, favorecendo a sustentabilidade e minimizando a geração de resíduos e o desperdício.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Instituições

Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil, Universidade Federal de São João del-Rei, Campus Sete Lagoas - Minas Gerais - Brasil

Autores

VIVIANE DIAS MEDEIROS SILVA, Ana Luiza Coeli Cruz Ramos, Bruna Vieira Nunes, Lara Louzada Aguiar, Vinícius Serafim Coelho, Raquel Linhares Bello de Araújo, Júlio Onésio Ferreira Melo