Dados do Trabalho


Título

EXTRATOS DE CASCAS DE TRÊS CULTIVARES DE LARANJA: MÉTODOS DE EXTRAÇÃO, COMPOSTOS FENÓLICOS, CAROTENOIDES E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE

Introdução

Cascas de frutas cítricas têm sido uma matéria-prima promissora para extração de compostos bioativos, por sua riqueza fenólica e pela grande disponibilidade de resíduos das agroindústrias.

Material e Métodos

O presente estudo avaliou diferentes métodos de extração em cascas de laranja das cultivares ‘Pêra’, ‘Navel’ e ‘Bahia’, visando a recuperação de bioativos deste subproduto. As cascas foram submetidas à secagem em estufa com circulação forçada de ar a 60 °C, depois disso, o material foi triturado e padronizado em peneira granulométrica de 28 mesh. Os pós obtidos foram submetidos à extração por maceração clásssica, extração em Soxhlet, e por ultrassom, utilizando solventes de diferentes polaridades. Os extratos obtidos foram caracterizados quanto a parâmetros de rendimento, cor CIE L*a*b*, clorofilas, compostos fenólicos e carotenóides por HPLC, e capacidade antioxidante pelos métodos ABTS e FRAP.

Resultados e Discussão

Verificou-se que os extratos utilizando o método de Soxhlet, empregando etanol, obtiveram melhores rendimentos. Para carotenoides o hexano mostrou-se mais eficiente na extração desses pigmentos, destacando-se a cultivar “Navel”, que obteve valores médios de 25071 a 25680 mg/kg para betacaroteno. Quanto à determinação dos compostos bioativos, o solvente orgânico hexano, de natureza apolar, apresentou menor capacidade de extração, independente da variedade de laranja ou método utilizado. O extrato da casca da cultivar ‘Bahia’, obtido por ultrassom com etanol, apresentou os maiores valores para capacidade antioxidante por ABTS (15,17 mM TEAC/kg) e FRAP (33,50 mM Fe2+/kg), se destacando pelos altos teores de hesperidina (10409 mg/kg), kaempferol (24,6 mg/kg), rutina (273 mg/kg), miricetina (85 mg/kg) e procianidinas A, B1 e B2. A cultivar ‘Pera’ se destacou por apresentar os maiores valores de luteína (13,6 mg/kg) e violaxantina (2,5 mg/kg) no seu extrato.

Conclusão

Este trabalho demonstrou que as cascas das cultivares de laranja avaliadas apresentaram alto conteúdo de compostos bioativos, e que a depender da natureza dos compostos, os métodos de extração devem ser adaptados. De maneira geral, para compostos fenólicos o etanol foi o melhor solvente, e para carotenoides o hexano se mostrou mais adequado.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

MARCOS DOS SANTOS LIMA, Larissa Iris da Silva Monteiro, Ana Júlia de Brito Araújo Carvalho, Marcelo Eduardo Alves Olinda de Souza